Autor: Eberth Vêncio

Não saque a arma, benzinho. Eu te amo

Não saque a arma, benzinho. Eu te amo

Espera um pouco aí. Eu te amo. Esqueça tudo o que eu te disse. Você tem razão. Aonde é que eu estou com a cabeça? Eu te amo muito, muito, muito. Sempre te amei. Você é o grande amor da minha vida. Por favor, não atire. — Tarde demais pra chorar, gracinha. — Não faça isso comigo. Eu peço perdão. Para. — Feche os olhos, faça um pedido e conte até três.

O primeiro tiro a gente nunca esquece

O primeiro tiro a gente nunca esquece

Assim vivemos. Sobrevivemos nos dias bicudos de um mundo carniça. Gente sofrendo perrengues em longas filas de espera. A grana curta. Um maldito oficial de justiça que está apenas cumprindo o seu papel e nos bate à porta. Homens que batem em mulheres. A saudade de pais que já não podem ser abraçados.

A dor é uma visita que não vai embora

A dor é uma visita que não vai embora

Pimba na gorduchinha. Está valendo. Começa mais uma peleja entre Deus e o diabo. Que se percam os piores. Assim é a vida. O jogo é de portas fechadas ao público. Ninguém quer saber dos podres uns dos outros. Torcida desorganizada. Apenas os rostos amarelados pelo tempo sorriem da estante.