Autor: Eberth Vêncio

Será mesmo possível que se morra de tristeza?

Será mesmo possível que se morra de tristeza?

A vida nada mais é do que a morte que vai ficando, que vai ficando, que vai ficando. Num asilo, perguntaram a um homem velho, um homem muito velho mesmo, se ele precisava de algo. Respondeu assim: “Vida. Eu preciso de um pouco mais de vida”. Todos os outros idosos que estavam presentes ao banho de sol riram do chiste.

Socando testículos por um punhado de dólares

Socando testículos por um punhado de dólares

De perto, ninguém é normal. Quem disse isso? Sigmund Freud? Caetano Veloso? Nelson Rodrigues? Um biscoitinho da sorte? Sim. Você tá certo. Pretendo deixar essa vida, em breve. Há sempre o risco de ser contaminada por micróbios, mas, isso eu tiro de letra. O pior de tudo, o mal maior, o que mais me dá medo é ser atacada por gente cuja crueldade não se cura com antibióticos.

Bem-vindo de volta à criança que você já foi um dia cropped view of happy pensioner with wife hands on shoulder

Bem-vindo de volta à criança que você já foi um dia

O tempo passou e ele virou homem feito, um doutor na acepção da palavra, com mãos decididas e um sorriso confortável no rosto que inspiravam sossego aos desassossegados. E eles eram muitos, os aflitos. Reunia os requisitos necessários para tomar conta de pessoas. Particularmente, tinha uma paciência de Jó para ouvir lamúrias, arrancar balas e parir bebês. Até ser pego falando sozinho.