Autor: Eberth Vêncio

Por mim, linchamos o miserável e depois vamos à missa

Por mim, linchamos o miserável e depois vamos à missa

“O moleque ter sobrevivido foi obra de Deus”, disse o vendedor de loterias, que era crente feito o cão (se me permitem o chiste herético). Era uma daquelas tardes modorrentas na louca cidade, quando um caminhão desgovernado bateu num caminhão do Governo que bateu numa moto que conduzia um casal que morreu esmagadim na hora sem saber de quê nem pra quê. Não vou aumentar a estória, nem fazer piada com a dor alheia, mas contarei o fato a minha maneira: isto aqui é uma crônica baseada em fatos reais que mais parecem inventados.

10 canções fundamentais do rock brasileiro nos últimos 50 anos

10 canções fundamentais do rock brasileiro nos últimos 50 anos

Uma lista com as dez melhores canções de rock brasileiro em todos os tempos, só os clássicos, uma espécie de repertório fundamental “Para gostar de rock”, indispensável aos neófitos em música, uma trilha sonora redentora para ser ensinada às crianças, em escolas de Ensino Básico e Fundamental, ao invés simplesmente enfileirá-las numa esteira até caírem num gigantesco moedor de carnes, conforme denunciado pelo Pink Floyd no filme “The Wall”.

65 dicas essenciais para se dar bem no sexo e, quem sabe, no amor e nos jogos

65 dicas essenciais para se dar bem no sexo e, quem sabe, no amor e nos jogos

Se for preciso, minta. Se for impreciso, está perfeito. Jogue buraco com a mãe dela. Jamais abra contas conjuntas. Faça um 69 e todas as outras combinações numéricas possíveis. Lave suas próprias cuecas. Nunca palite os dentes num restaurante. Escreva alguns versos para ela, ainda que as rimas fiquem pobres. Não vai ficar rico. Então, curtam juntos o pouco que o seu dinheiro consegue comprar.

Mais de mil palhaços no salão

Mais de mil palhaços no salão

Resolvi escrever e publicar esta crônica após o carnaval, pois eu tinha certeza que quase ninguém a leria, multidão ocupada em pescar traíra nas lagoas da vida; em queimar contrafilé na laje; em cantar antigas marchinhas carnavalescas politicamente incorretas (como aquela que põe em xeque a opção sexual do cabeludo Zezé, e outra que debocha de um vovô cuja pipa já não sobe mais); em travestir-se; em pesar a mão na maquiagem; em espremer-se atrás de um trio elétrico lotado de mulheres gostosas seminuas e um punhado de músicos exauridos que tocam sem parar que nem playback.

Minha entrevista com Elton John

Assim que adentrei o camarim de Elton John senti o baque dos 19 graus centígrados na cacunda, uma exigência do cantor para tocar em Goiânia, capital plantada no meio do cerrado, na quentura do centro-oeste brasileiro. Elton pareceu-me gordinho, usava um roupão de cor grená e tinha os pés massageados por um serviçal efeminado adornado com mais anéis e piercings do que um varal de roupas no jardim, o qual utilizava um cosmético local feito à base de pequi, produto genuinamente goiano, que deixa a pele hidratada, macia e, claro, com aquele aroma de pequi que o Elton simplesmente achou o máximo.