Ler é morrer um pouco e voltar outro
Uma cidade desperta e, entre persianas e passos, leitores atravessam páginas como quem atravessa outra pressão de ar. No ônibus, no sebo, na escola, no hospital, em casa e na biblioteca, a leitura desloca ângulos, aperta músculos discretos, ensina o nome exato de um cheiro. Não consola; afina. Entre tarefas e urgências, ela grava pequenas cicatrizes e redesenha perímetros: impede um grito, autoriza um riso, desalinha o mundo de leve e aprofunda quem o vê.