A série “Ninguém Quer” recorre a uma fórmula batida sobre os obstáculos enfrentados em relacionamentos amorosos, sem trazer qualquer profundidade significativa ao drama proposto. Criada por Erin Foster, a narrativa se estende por uma dúzia de episódios de aproximadamente trinta minutos, abordando a improvável união entre um rabino ambicioso e uma agnóstica cética, que já se desiludiu com os homens. O enredo patina em vários momentos, começando pela superficialidade com que os temas são tratados, resultando em subtramas presunçosas que parecem querer vender uma receita de autoajuda — um caminho perigoso, que flerta com posturas intolerantes.
Joanne, coapresentadora de um podcast com sua irmã Morgan, vivida por Justine Lupe, revela um comportamento quase infantil, protagonizando cenas que beiram o absurdo. Em um jantar, ela conhece Noah Cohen, um rabino recém-separado, e a partir daí a série oscila entre o núcleo central e tramas paralelas, onde se destacam Timothy Simons como Sasha, o irmão de Noah, e Tovah Feldshuh no papel de Bina, a típica mãe judia que carrega uma culpa bem fundamentada teologicamente. O humor aparece esporadicamente para salvar a série de um completo fiasco, como na cena em que Noah é questionado sobre a liquidez das relações, apenas para ser ignorado por Joanne, que espera a opinião de outro convidado.
Adam Brody e Kristen Bell se esforçam, mas o texto raso compromete suas atuações, e parte da responsabilidade pela má execução recai também sobre o elenco, que, em outras circunstâncias, funcionaria bem. As comédias românticas dependem muito da química entre os protagonistas, como em clássicos do gênero, mas aqui, essa conexão simplesmente não acontece, deixando a produção sem o brilho necessário para conquistar o público.
Série: Ninguém Quer
Criação: Erin Foster
Ano: 2024
Gêneros: Comédia/Romance
Nota: 7/10