Christopher Nolan aborda a figura complexa de Julius Robert Oppenheimer em um filme que mescla críticas e elogios. Embora o longa-metragem narre a criação do mais letal artefato da humanidade por um físico americano, a narrativa, ainda que conhecida pela maioria, acaba por ser previsível. O filme, embora longo e prolixo, utiliza imagens poderosas para compensar o ritmo vagaroso e a confusão causada pelo excesso de informações.
No entanto, é inegável a profundidade e a poética nos detalhes sobre a vida de Oppenheimer, um dos mais importantes cientistas do século 20, apenas superado por Albert Einstein. As ideias de Einstein, baseadas nos estudos de Newton e Lorentz, foram essenciais para a criação das teorias da relatividade restrita e geral.
Apesar da forte presença tecnológica, o verdadeiro destaque do filme está nas emoções humanas — rostos, risos, olhares e relações que revelam a angústia de Oppenheimer. Nolan explora momentos decisivos da vida do físico, destacando seu progresso de um estudante desajeitado a um gênio autodidata.
A narrativa é dominada pelos intensos olhos de Cillian Murphy, especialmente nas cenas em que Oppenheimer enfrenta a Comissão de Energia Atômica, liderada por Lewis Strauss, interpretado com maestria por Robert Downey Jr., cuja atuação justifica a complexa relação entre os dois homens.
“Oppenheimer” centra-se em dois marcos históricos: a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939 e as acusações da AEC em 1953, contextualizando a contribuição de Oppenheimer para o fim da Segunda Guerra Mundial com os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Julius Robert Oppenheimer faleceu aos 62 anos, marcado pela incompreensão e difamação, com o câncer de laringe como um detalhe menor.
Filme: Oppenheimer
Direção: Christopher Nolan
Ano: 2023
Gênero: Drama/Suspense
Nota: 9/10


