O filme que custou 2,4 bilhões de reais, o segundo mais caro da história do cinema, chegou à Netflix Divulgação / Universal Pictures

O filme que custou 2,4 bilhões de reais, o segundo mais caro da história do cinema, chegou à Netflix

Em 1993, um novo capítulo na história do cinema começou com “Jurassic Park — Parque dos Dinossauros”, que se transformou em uma franquia icônica e influente no gênero da ficção científica. Passados 25 anos, o diretor espanhol Juan Antonio Bayona assume a tarefa de continuar esse legado, mostrando que a fórmula ainda resiste aos modismos e segue relevante.

Quem espera inovações em “Jurassic World: Reino Ameaçado” pode se decepcionar. O filme retoma a narrativa conhecida, com cenários e personagens que parecem presos a uma visão de mundo de décadas passadas. Este retorno a temas antigos levanta questões sobre o avanço da ciência, frequentemente exaltada sem uma reflexão crítica, e sobre as consequências devastadoras do uso irresponsável da tecnologia, que culminam em um cenário onde a diversão e o lucro prevalecem sobre a ética e a preservação ambiental.

Colin Trevorrow e Derek Connolly, responsáveis pelo roteiro, não hesitam em reutilizar elementos consagrados por Steven Spielberg. A trama se desenrola na ilha Nublar, uma vez mais o palco dos conflitos, agora ameaçada por um desastre natural iminente. Uma expedição busca resgatar os restos de um Indominus Rex, desencadeando uma série de eventos caóticos em um parque abandonado, lutando contra uma tempestade tropical.

O prólogo extenso estabelece o cenário: em 2015, um erro catastrófico levou à falência da Masrani Corporation após pesadas indenizações. Geólogos preveem uma nova catástrofe global enquanto o vulcão monte Sibo ameaça destruir a ilha. A crise ambiental ganha destaque, atraindo a atenção de ativistas e do Senado dos Estados Unidos, que tenta mitigar os danos.

No desenvolvimento, o doutor Ian Malcolm, interpretado por Jeff Goldblum, retorna para testemunhar sobre os eventos passados em Nublar. Paralelamente, uma missão de resgate dos dinossauros remanescentes é planejada. Chris Pratt e Bryce Dallas Howard reprisam seus papéis como Owen Grady e Claire Dearing, comprometidos em salvar as criaturas. No entanto, os fãs mais dedicados podem sentir que a essência original foi comprometida por um excesso de modernizações e adaptações tecnológicas.

A trilha sonora de Michael Giacchino evoca nostalgia, transportando os espectadores de volta às memórias de infância nas antigas salas de cinema. O carisma de Pratt combina bem com seu papel de herói, embora o discurso de Malcolm toque em pontos filosóficos que, por vezes, parecem deslocados. Bayona reforça a mensagem de Spielberg: a coexistência com essas criaturas gigantescas seria impossível e fatal para a humanidade.

Dinossauros, na verdade, simbolizam questões maiores e mais urgentes sobre o impacto humano no planeta, um tema que se torna cada vez mais relevante na realidade contemporânea.


Filme: Jurassic World: Reino Ameaçado 
Direção: Juan Antonio Bayona
Ano: 2018
Gêneros: Ação/Ficção científica
Nota: 9/10