O primeiro filme da franquia slasher “Pânico” virou um clássico e o hype foi tão grande, que vieram um bocado de sequências depois. Ao todo são seis produções, sendo que a última foi lançada em março de 2023, a única que não teve a atriz Neve Campbell no elenco. O filme original foi escrito por Kevin Williamson e dirigido por Wes Craven, falecido em 2015, e que também esteve à frente de todos os quatro primeiros longas-metragens, lançados entre 1996 e 2011. O maior intervalo entre eles, até agora, foi do quarto para o quinto filme, um hiato de 12 anos.
O quinto longa da franquia é intitulado apenas como “Pânico”, exatamente como o primeiro, mas não é nenhum reboot. Ele continua a história 25 anos depois dos eventos de seu homônimo. Acompanhamos Tara (Jenna Ortega), uma adolescente que está sozinha em casa e recebe um telefonema sinistro. É novamente o Ghostface, que decidiu retornar anos depois para aterrorizar pessoas conectadas às vítimas anteriores.
Tara não morre, mas fica gravemente ferida, passa por cirurgias e fica internada em um hospital. Sua irmã mais velha, Sam (Melissa Barrera), vai com o namorado, Richie (Jack Quaid), visitá-la. No encontro, Sam compartilha um segredo com a irmã mais nova: seu pai biológico é Billy, um dos assassinos originais. Ciente de que o Ghostface não vai parar de matar, Sam e Richie procuram ajuda de Dewey (David Arquette), um dos sobreviventes do massacre do primeiro filme. Então, Dewey dá algumas dicas de quem poderia ser o assassino: alguém do grupo de Tara e que tem um motivo para matar as pessoas.
O filme brinca com a metalinguagem e fala de uma série de filmes que gira em torno dos assassinatos da franquia “Pânico”. Os mascarados são fãs de slasher e das mortes macabras ambientadas em sua cidade. Impossível a produção não ser cercada de expectativas, afinal, fora da ficção, “Pânico” também reúne uma legião de fãs.
Desde a morte de Craven, a franquia tem sido conduzida pelo quarteto de cineastas conhecidos por Radio Silence, formado por Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett, Justin Martinez e Chad Villella. O roteirista original, Kevin Williamson, também participou da criação do enredo. O elenco, que foi renovado com rostos jovens e conhecidos, não recebeu todas as páginas do roteiro e só souberam quem era o assassino pouco antes de filmarem as cenas.
Radio Silence está por trás de outras produções do gênero, como “V/H/S”, “Southbound” e “Casamento Sangrento”. Durante entrevistas de promoção de “Pânico”, eles revelaram que Wes Craven e Kevin Williamson foram suas principais fontes de inspiração para se tornarem cineastas. Não é difícil imaginar que tomar as rédeas da franquia seja a realização de um sonho para o grupo.
Por outro lado, há a pressão e a intimidação, não apenas por parte da produtora, mas também do público, que esperou muito tempo por essa sequência. Mas o projeto foi realmente uma paixão para o quarteto, que lançou com otimismo sua contribuição e não decepcionou. Difícil comparar o de 2022 com o de 1996. Até porque o primeiro era novidade, foi revigorante e trouxe uma onda de filmes slasher como jamais havia tido antes. Desta vez, o público não está mais surpreso. Sabemos como a história precisa se desenvolver até o clímax.
“Pânico”, de 2022, é recheado de diálogos bobinhos e piadinhas sem graça. É previsível e exagerado, característica comum do gênero. Mesmo assim, não deixa de ser uma diversão, além da nostalgia que desperta pelos filmes anteriores.
Filme: Pânico
Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett
Ano: 2022
Gênero: Terror / Mistério/ Suspense
Nota: 7/10