Quando chegou nos cinemas, “P.S. Eu Te Amo” foi um verdadeiro frenesi. O filme de Richard LaGravanese chegou fazendo um baita sucesso e tinha como protagonistas os queridinhos do cinema à época, Hilary Swank, que tinha acabado de ganhar seu segundo Oscar de melhor atriz por “Menina de Ouro”, e Gerard Butler, que também havia acabado de estrelar o absoluto sucesso épico “300”. O filme ainda serviu para alavancar a carreira de Jeffrey Dean Morgan nos cinemas, que até então era um ator de pequenos papéis em seriados de televisão.
A verdade é que “P.S. Eu Te Amo” é um dos filmes de romance mais tristes que você vai ver na sua vida. Depois de nos introduzir ao casal picante Holly (Swank) e Gerry (Butler), que vive um relacionamento intenso de brigas, risadas e sexo, tudo com muito amor, claro, o filme lança um verdadeiro balde de água fria sobre o espectador. De repente, Holly está no funeral de Gerry, que morreu de um tumor na cabeça, e, antes que perceba, está há semanas sem tomar banho, com lixo espalhado pela casa e completamente arrasada pelo golpe que a vida lhe deu. A partir daí, já começa a se formar aquele nó górdio na garganta de quem está acompanhando em frente à televisão.
E como a brilhante atriz que Swank é, consegue passar toda sua tristeza pelo luto, ansiedade pelas cartas do marido falecido e insegurança em encarar um futuro sem ele. A gente captura tudinho que ela sente e é realmente incômodo, porque é difícil se entregar desse jeito para o sofrimento. Mas o cinema tem dessas coisas. A gente se esquece por algumas horas de quem somos e assumimos as peles desses personagens que vivem as experiências mais diversas e diferentes das nossas. Assistir a um filme ou ler um livro é como ter a oportunidade de viver mais de uma vida.
E falando em livro, “P.S. Eu Te Amo” foi inspirado no romance homônimo de Cecelia Ahern, com adaptação para as telas por LaGravanese em parceria com Steven Rogers, de “Lado a Lado” e “Eu, Tonya”. Embora o livro se passe na Irlanda, no filme, parte da história foi movida para Nova York. Tanto Butler quanto Morgan interpretam irlandeses, mas, na realidade, um é inglês e o outro norte-americano, respectivamente.
Mas, ainda sobre o enredo, Gerry queria ajudar a companheira a atravessar o primeiro ano de luto e, por isso, escreveu uma série de cartas, comprou presentes e até uma viagem, que chegam para Holly uma a uma, de acordo com a ocasião. Conforme ela faz o que ele planejou durante o ano, o filme mostra flashbacks do que Holly e Gerry viveram, dando um sabor cada mais melancólico para a trama. Mas é por meio das experiências que ela vive através das cartas, que a ajudam a superar a perda do grande amor de sua vida.
Durante sua jornada de superação, Holly é acompanhada pelas amigas Denise (Lisa Kudrow) e Sharon (Gina Gershon), que ajudam a dar um toque de leveza e humor ao drama. Kathy Bates interpreta a dura e ríspida mãe da protagonista, Patricia, que no fim das contas está muito preocupada que a filha se afunde em um oceano de mágoas e solidão.
“P.S. Eu Te Amo” é uma produção agridoce. Daquelas que faz o público rir, chorar, refletir sobre o amor, o luto, a superação e a vida, como esse ciclo infinito de alegrias e tristezas, ganhos e perdas, começos e fins.
Filme: P.S. Eu Te Amo
Direção: Richard LaGravanese
Ano: 2007
Gênero: Drama/Romance/Comédia
Nota: 9/10