Feriados costumam trazer uma mudança de ritmo que influencia a forma como as pessoas consomem entretenimento. A quebra da rotina cria janelas de descanso que favorecem escolhas mais calmas, sem a pressão habitual do relógio. É nesse intervalo que cresce o interesse por filmes capazes de acompanhar o humor do momento, seja para desligar a mente, seja para mergulhar em histórias mais densas.
O sofá ganha papel central nesses períodos. Reunir a família, dividir a atenção entre conversas, comida e televisão ou simplesmente aproveitar algumas horas de quietude torna-se uma prática recorrente. Com mais tempo disponível, a seleção de filmes tende a ser guiada por curiosidade espontânea, buscas rápidas e vontade de descobrir algo que dialogue com o clima do feriado.
As plataformas ampliam esse movimento ao renovar seus catálogos justamente nessa época, o que facilita encontrar produções recém-chegadas ou pouco conhecidas. Como cada feriado pede um ritmo próprio, a lista oferece caminhos que atendem a diferentes preferências, do drama intimista à comédia leve. A intenção é facilitar a escolha quando o dia pede pausa, companhia agradável e histórias que combinem com o descanso planejado ou com a improvisação de última hora.
Divulgação / NetflixNum dia de chuva torrencial na Cidade do México, seis mulheres distintas se encontram por acaso e veem suas rotinas se romperem. Uma delas vive prisão domiciliar, outra cuida de animais em fim de vida, outra enfrenta traumas familiares enterrados, todas sob pressões que desafiam a sanidade e a identidade. A sequência de eventos as obriga a confrontar medos profundos, decisões adiadas e expectativas externas que pressionam seus corpos e mentes. Entre lágrimas, fugas, encontros inesperados e revelações tardias, cada mulher muda o próprio caminho. O diretor traça um panorama urbano — ruas molhadas, portas fechadas, janelas que espelham outros abismos — e mostra como a “normalidade” pode se desfazer em instantes. A narrativa alterna humor contido com drama brutal, celebrando a força que nasce quando se decide viver além das convenções.
Mika Cotellon / NetflixUma executiva americana viaja para a França com a missão de negociar a aquisição de uma tradicional vinícola de champanhe que pertence a uma família estabelecida há gerações. Ao chegar, encontra o filho do dono, que luta para preservar a empresa em meio à pressão de vendedores ávidos e à resistência de sua comunidade local. Enquanto ela tenta cumprir metas corporativas, ele resiste à venda e tenta salvar o legado da família. Uma série de encontros e desencontros entre festas de fim de ano, jantares na vinha e visitas aos vinhedos faz com que ambos questionem suas prioridades. O cenário turístico dos vinhedos franceses e o clima natalino servem de pano de fundo para um romance que brota em meio a interesses econômicos e emoções contidas. No fim, os dois terão que decidir se seguem caminhos separados — ou se arriscam formar algo novo sobre alicerces instáveis.
Divulgação / NetflixUm pescador de quarenta anos vive isolado de sua comunidade e carrega o peso de não ter alcançado o sonho de ser pai. Em uma pequena vila litorânea, ele cruza o caminho de um garoto órfão de doze anos cujo desejo de ter um pai o empurra à aproximação desse homem solitário. Juntos, iniciam uma jornada quase silenciosa de trocas, medos e esperança, enquanto outros personagens — uma mulher com passado dolorido, um jovem incompreendido — se entrelaçam com suas vidas. A narrativa se desenrola entre redes de pesca, mares abertos e pedras antigas, e mostra como relações improváveis podem nascer quando quem deu errado decide tentar de novo. Neste retrato delicado de masculinidade, pai, filho, mãe e companheiro se descobrem fora dos moldes sociais tradicionais. Ao fim, resta entender que família pode ser o que se escolhe e não apenas o que se herda.
Marni Grossman / NetflixUma mulher recém-divorciada planeja celebrar o último fim de ano na casa da família, com a nostalgia de um Natal em que todos estivessem juntos pela última vez antes da venda da propriedade. Seu ex-marido aparece com a nova namorada, e os planos de uma celebração tranquila começam a desandar. Entre enfeites, árvores de Natal e lareiras acesas, surgem velhos ressentimentos, expectativas de filhos e um inesperado interesse que mexe com o coração da protagonista. A festa, que deveria ser um momento de despedida civilizada, transforma-se em palco de emoções à flor da pele e decisões que não podem mais ser adiadas. Em meio a risos forçados, olhares tensos e abraços mal dados, ela descobre que o espírito natalino pode vir sob a forma de um recomeço. E que, às vezes, o presente que realmente importa não está sob a árvore.

