5 suspenses que não precisam dar susto para te deixar perturbado, na Netflix Ian Routledge / Netflix

5 suspenses que não precisam dar susto para te deixar perturbado, na Netflix

Há suspenses que não precisam recorrer a fantasmas, gritos ou trilhas sonoras estrondosas para nos deixar inquietos. O que realmente mexe com o público é a sensação de que a maldade pode estar disfarçada no cotidiano, escondida em pessoas aparentemente comuns ou até em instituições que deveriam proteger. Esses filmes não assustam no sentido tradicional, mas trabalham o desconforto com situações plausíveis, revelando como a violência e a manipulação podem se infiltrar nas relações humanas de formas sutis e devastadoras.

Esse tipo de narrativa prende o espectador porque não oferece a saída fácil de atribuir o mal a algo sobrenatural: aqui, o perigo é real e palpável, e muitas vezes irônico em sua banalidade. É o vizinho simpático, o colega de trabalho atencioso ou mesmo a figura de autoridade que esconde intenções sombrias. Ao expor as contradições da moralidade, esses filmes se tornam ainda mais angustiantes, porque deixam a dúvida de até onde qualquer pessoa poderia ir quando pressionada por desejos, medos ou ambição.

Ao reunir histórias que mesclam drama psicológico, crítica social e investigação íntima dos personagens, essa seleção mostra que o verdadeiro terror pode ser silencioso. Não é preciso um susto para sentir o coração acelerar, basta observar como a linha entre normalidade e loucura, bondade e crueldade, é mais tênue do que se imagina. Esses suspenses da Netflix são lembretes perturbadores de que o maior inimigo talvez não esteja lá fora, mas dentro da própria mente ou nas relações que escolhemos confiar.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.