Poucos prêmios carregam o peso simbólico do Oscar. Embora criticada, a Academia ainda entrega a estatueta mais sonhada de artistas da indústria cinematográfica do mundo todo. Mais que um simples reconhecimento, o “homem dourado” simboliza a consagração de narrativas que marcaram época. Seja pela força de seus personagens, pela inovação visual ou pela capacidade de dialogar debates contemporâneos. A HBO Max convida seus assinantes a revisitar histórias que entraram para o imaginário coletivo, mas continua oferecendo novas camadas de interpretações.
A Revista Bula revirou essa grande plataforma de sucesso para escolher alguns dos filmes reconhecidos pela Academia. De épicos de ficção científica a retratos íntimos de famílias e indivíduos em crise. Essa seleção atravessa gêneros, estilos e estéticas, reafirmando que, apesar dos padrões do Oscar, há múltiplas formas de fazer cinema. E é possível sair premiado inovando completamente.
Mais que premiações, esses títulos oferecem experiências que duram. Provocações que nos levam a refletir sobre o futuro da humanidade, o peso das nossas escolhas, as pressões sociais e as fragilidades humanas. Assistir esses filmes é abrir um capítulo essencial do cinema contemporâneo, capaz de causar emoções imediatas ou sensações duradouras. Essas produções envelhecem bem, porque falam de dilemas universais e atemporais, mesmo que ancorados em contextos específicos.

Em um império intergaláctico marcado por disputas de poder e profecias messiânicas, um jovem herdeiro vê sua vida virar ruína após a queda de sua casa nobre. Forçado ao exílio no deserto, ele encontra refúgio entre um povo que vive em harmonia com o ambiente hostil e descobre neles a força para se tornar líder. Conforme aceita o peso de seu destino, precisa decidir entre buscar vingança pessoal contra os inimigos que destruíram sua família ou abraçar uma missão maior, que envolve unir povos fragmentados em torno de uma guerra inevitável. Entre visões que anunciam futuros possíveis e alianças frágeis que podem desmoronar a qualquer instante, ele se vê diante da escolha entre ser apenas um homem marcado pela tragédia ou o salvador capaz de mudar o curso da história.

Em um universo cor-de-rosa perfeito, uma mulher feita de ideais descobre que sua vida aparentemente impecável esconde falhas sutis que se ampliam até a crise existencial. Decidida a entender o que está acontecendo, ela cruza para o mundo real, onde precisa lidar com dilemas de identidade, padrões sociais e expectativas de gênero que nunca haviam sido questionados em seu mundo artificial. A jornada, que começa como uma busca pessoal por respostas, transforma-se em reflexão coletiva sobre liberdade, escolhas e o peso das imagens que moldam a sociedade. Entre encontros inesperados, diálogos com personagens que representam diferentes visões de mundo e a confrontação com forças que desejam controlá-la, ela aprende que ser humana é aceitar a imperfeição como parte essencial da existência.

Em um bairro humilde, um pai visionário traça um plano detalhado para transformar suas filhas em atletas de elite. Sem recursos financeiros ou reconhecimento imediato, ele insiste em treinar as garotas com disciplina implacável e confiança inabalável, mesmo quando todos à sua volta duvidam de suas ambições. Entre sacrifícios familiares, desafios institucionais e a luta contra preconceitos raciais e de classe, o projeto parece impossível. Mas o que parecia excesso de obstinação revela-se estratégia certeira, conduzindo as jovens ao centro do cenário esportivo mundial. Mais do que um retrato de superação, a história revela como a persistência de um indivíduo pode romper barreiras sociais e criar legados duradouros que transformam gerações.

Em uma cidade marcada pela desigualdade, um homem solitário tenta encontrar lugar em meio ao caos. Rejeitado em sua vida pessoal e ignorado pela sociedade, ele busca reconhecimento como comediante, mas é constantemente humilhado. Com problemas de saúde mental e um cotidiano repleto de violência e desprezo, sua frágil sanidade entra em colapso. Aos poucos, o sofrimento se converte em revolta, dando origem a uma persona que transforma o desespero em símbolo de resistência. À medida que suas ações inspiram uma população igualmente marginalizada, ele se torna catalisador de um movimento imprevisível, mostrando como a dor de um indivíduo pode se transformar em combustível para uma explosão coletiva de caos.

Um jovem texano, criado em valores de honra e patriotismo, decide se alistar no exército após eventos que despertam seu senso de dever. No campo de batalha, descobre seu talento como atirador de elite, tornando-se figura indispensável em missões que exigem precisão letal. Sua reputação cresce, mas, a cada disparo certeiro, acumula também o peso psicológico da guerra. Enquanto sua família o espera em casa, ele se vê dividido entre a responsabilidade militar e o desejo de retomar uma vida normal. A linha entre herói e vítima se torna tênue, pois o retorno à rotina civil é marcado por traumas invisíveis, mostrando que a guerra não termina quando os tiros cessam, mas continua silenciosa dentro daqueles que sobreviveram.