4 filmes que estrearam na Netflix esta semana e vão te fazer querer ficar em casa no sábado e no domingo — com prazer Divulgação / Netflix

4 filmes que estrearam na Netflix esta semana e vão te fazer querer ficar em casa no sábado e no domingo — com prazer

Fins de semana são, na prática, um acordo tácito entre a vontade de sair e a permissão de não fazer nada. Às vezes, o mundo lá fora parece exigir presença — mas, em outras, basta um motivo mínimo para que o sofá se torne território firme. Nesta semana, a Netflix fez um movimento que nem foi tão barulhento assim, mas foi certeiro: colocou lado a lado quatro filmes que, cada um à sua maneira, oferecem mais do que ocupação. Eles criam uma pausa legítima. E quando a pausa vem com densidade, talvez a gente nem chame mais de distração. “O Terminal”, que retornou ao catálogo, é um desses casos raros em que a doçura vem sem açúcar e a crítica social se disfarça de cotidiano absurdo. Spielberg, com a calma que poucos diretores ainda cultivam, transforma um espaço de espera num campo de resistência silenciosa. “Spotlight”, por sua vez, faz o caminho inverso. É ruído que começa baixo e vai crescendo — não em decibéis, mas em urgência. É jornalismo, sim. Mas é também sobre o tempo que leva até alguém ter coragem de dizer em voz alta o que todo mundo já sabe. E então há “Gladiador II”, estreia absoluta, que retorna à arena sem tentar imitar Maximus. Paul Mescal entrega outra coisa: um tipo de herói em disputa com o próprio passado, que sangra por dentro mais do que pelas lanças. Ridley Scott, mesmo 24 anos depois, ainda filma como quem tem algo a provar. E, entre batalhas e investigações, vem “Meu Ano em Oxford” — leve só na superfície. Por trás da fotografia limpa e da juventude britânica embalada em rotina acadêmica, existe uma história sobre escolhas que não cabem em planilhas de futuro. E sobre como amar alguém pode significar deixá-lo ir. O curioso é que esses quatro filmes não combinam entre si. Mas combinam com a sensação vaga de que há dias em que o mundo pede ruído — e outros em que basta um bom roteiro para lembrar por que ainda vale a pena parar. Não porque não haja o que fazer lá fora. Mas porque, por duas horas, aqui dentro, parece fazer mais sentido.