Com Charlize Theron e Uma Thurman, filme é o mais assistido da Netflix no mundo inteiro Divulgação / Netflix

Com Charlize Theron e Uma Thurman, filme é o mais assistido da Netflix no mundo inteiro

O grande enigma da humanidade é a imortalidade. Há séculos vivemos buscando respostas que nos levem à ela. Seja através da fé, do legado ou da ciência, o ser humano não quer apenas ter um propósito, ele quer viver eternamente. A juventude e a vida são tão importantes que ao longo de todos os anos humanos na Terra, criamos mitos e ficções sobre seres dotados desse presente divino. A saga de “Old Guard”, criada primeiro como HQ de Greg Rucka e Leandro Fernandez, tem como tema a imortalidade e após expandir para as telas da Netflix, em 2020, ganha novo capítulo em 2025. A sequência trata da imortalidade com ainda maior protagonismo que a primeira parte da trama.

No segundo filme, Andy (Charlize Theron), líder do grupo de imortais, já se tornou uma mortal. Viver eternamente — ou ser difícil de matar — é um dom de poucos, que não sabem exatamente as razões pela quais foram contemplados por essa raridade. O grande problema é que mesmo tendo nascido com esse dom, é possível perdê-lo a qualquer momento, de forma inexplicável. Andy foi imortal por milhares de anos antes de se tornar humana como todos nós e é sua experiência e maturidade que a coloca à frente do grupo.

Nile (KiKi Layne), por sua vez, é a mais jovem do grupo, considerada a última dos imortais. Ela trabalha para o exército americano quando é descoberta por Andy. No segundo filme, a personagem descobre ter outro poder desconhecido pelos colegas: quando ela fere outra pessoa, o ferido se torna automaticamente mortal. No entanto, a imortalidade perdida pode ser transferida para outra pessoa. O enredo não deixa claro as razões pelas quais Nile tem essa capacidade e nem mesmo como é feita essa transferência. Mesmo assim, ela se torna preciosa para Discord (Uma Thurman), personagem que entra na trama para provocar o caos.

Discord costumava ser imortal e perdeu sua eternidade. Vendo esse dom como uma espécie de superioridade em relação a outros humanos, e um poder a ser usado para dominar o mundo, a vilã acredita que precisa recuperá-lo a todo custo. Por isso, resgata Quynh (Veronica Ngo) de um caixão de ferro no fundo do mar, onde foi aprisionada durante séculos pela inquisição. Quynh foi amante de Andy e, aliada a Discord, e torna-se uma arma para chegar até o grupo.

Com muitas cenas de ação e lutas, “Old Guard 2” não foge das convenções dos filmes de heróis e não inova o gênero, se apegando mais ao apelo comercial que à qualidade narrativa e artística da trama. É possível vê-lo e compreendê-lo sem ter visto o primeiro filme. Embora o espectador possa se sentir inicialmente meio perdido, é fácil de montar as peças e alcançar a lógica da história. Com cenas de violência explícita, o longa-metragem tem sorte de ter dois enormes talentos no elenco. Theron e Thurman o salvam do fracasso total.

Filme: Old Guard 2
Diretor: Victoria Mahoney
Ano: 2025
Gênero: Ação/Aventura
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★
Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.