Josh Hartnett enlouquece no filme mais bizarro (e incrível) do ano Divulgação / F or F Films

Josh Hartnett enlouquece no filme mais bizarro (e incrível) do ano

Propositalmente feito para se parecer com um B-movie — daqueles toscos, com efeitos mal-acabados e baixo orçamento —, “Fight or Flight”, novo filme estrelado por Josh Hartnett, é ótimo. Sim, este é o meu veredito após assistir ao longa de ação achando que eu iria odiar, especialmente depois do fiasco de Shyamalan. Dirigido por James Madigan, de produções como “Homem de Ferro 2” e “Transformers: O Despertar das Feras”, “Fight or Flight” ganha no exagero, nas inúmeras cenas de luta extremamente bem coreografadas, na violência absolutamente gratuita e no talento de Hartnett.

Apesar do roteiro extremamente bobo e clichê, “Fight or Flight” dá a volta por cima ao entregar uma miscelânea maluca de “Kill Bill”, “John Wick” e “Snakes on a Plane”. A sensação é de que você tomou uma boa dose de ácido com uísque antes de começar a sessão. É tudo tão fora de controle, absurdo e sarcástico que o resultado poderia ser: dar muito certo ou muito errado. Deu muito certo.

No enredo, Lucas Reyes (Hartnett) é um ex-agente do FBI banido depois de perder a cabeça em uma missão. Exilado em Bangcoc, proibido de entrar em qualquer avião e vivendo uma vida de pária — sem dinheiro, viciado em drogas, traumatizado e solitário —, sua última chance de redenção é aceitar uma missão nebulosa: levar em segurança um ciberterrorista cuja identidade ninguém conhece. Tudo que se sabe, graças à Dark Web, é que o “Fantasma”, como é chamado o procurado, estará em um voo para São Francisco. Embora seu rosto seja desconhecido, sabe-se que ele está com um ferimento na barriga.

Caso aceite a missão, Reyes poderá embarcar de volta para os Estados Unidos e retomar sua vida. Ele topa, já que está sem alternativas, mas não sabe o que há por vir neste voo de aproximadamente 8 horas. Na Dark Web, uma recompensa de 10 milhões de dólares está sendo oferecida a qualquer mercenário que extermine o Fantasma. E, como a informação do voo do terrorista vazou, o voo está cheio de assassinos em busca da recompensa. Para Lucas, a redenção só virá caso ele entregue o procurado vivo. Então, a missão vai muito além de apenas capturar o ciberterrorista. É, também, protegê-lo.

Cenas surreais de lutas infindáveis e sangrentas ditam a dinâmica do filme, que ainda traz temperos de comédia e crítica social. No alto de seus 46 anos, Hartnett estrelou a maior parte das cenas de ação, mostrando que está em forma plena não apenas para seu retorno às telonas, mas também para exercícios altamente complexos. Sua atuação está melhor que nunca, entregando um Reyes carismático e idealista ao mesmo tempo em que estridente, decadente desesperado e sarcástico. “Fight or Flight” vale cada segundo.

Filme: Fight or Flight
Diretor: James Madison
Ano: 2025
Gênero: Ação/Aventura/Comédia/Violência
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★
Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.