7 livros que viraram hit em clubes do livro e sumiram um mês depois

7 livros que viraram hit em clubes do livro e sumiram um mês depois

Há livros que não são propriamente lidos — são performados. Passam de mão em mão como talismãs momentâneos, empilhados em mesas de centro, elogiados com fervor em jantares entre conhecidos, citados em posts com xícaras de chá ao fundo. Mas há uma diferença sutil entre impacto e permanência, e ela se revela no silêncio que segue o frenesi. Porque certos títulos não caem no esquecimento — eles evaporam. Como se tivessem sido escritos apenas para aquele instante entre o entusiasmo coletivo e a próxima obsessão.

É curioso observar como alguns romances parecem nascer com data de validade emocional. Eles chegam com força, trazem temas quentes, estrutura chamativa, frases que imploram para serem sublinhadas. Em poucos dias, estão em todos os stories, nas mesas de clubes do livro, nos murais de livrarias — e então, como um truque de mágica mal ensaiado, somem. Não por serem necessariamente ruins, mas porque talvez tenham dito tudo o que podiam na primeira leitura, ou porque o que pareciam dizer nunca foi tão profundo assim.

O curioso é que muitos desses livros prometem intensidade. Trazem dores ancestrais, traumas íntimos, reviravoltas cinematográficas. Alguns ensaiam existencialismo; outros, suspense; alguns poucos, literatura. Mas quase todos têm em comum o fato de parecerem “escritos para causar”. Há uma inteligência de mercado por trás, claro — editores sabem exatamente o que emociona rápido, o que produz lágrimas fáceis, o que parece corajoso sem ser desconfortável. São obras desenhadas para o aplauso instantâneo. E ele vem. Mas é curto.

Depois, o que resta é uma lembrança vaga: “Aquele livro do pântano…”, “o da corrente…”, “aquele em que morre alguém numa festa, lembra?”. Lembra?

Talvez seja esse o ponto. Alguns livros foram feitos para durar. Outros para que falemos sobre eles — ainda que por pouco tempo. E há os que nascem apenas para existir na vitrine iluminada de um momento. Bonitos, breves, reluzentes. Como fogos de artifício lançados do meio do Instagram.

Não iluminaram o céu por muito tempo. Mas, por um segundo, todo mundo olhou.