7 cervejas brasileiras que venceram o Oscar das Cervejas — e algumas custam menos que um pão de queijo de aeroporto

7 cervejas brasileiras que venceram o Oscar das Cervejas — e algumas custam menos que um pão de queijo de aeroporto

Há prêmios que dizem mais do que uma medalha permite. Desde 1996, em Denver, Colorado, uma cerimônia silenciosa reúne mestres cervejeiros de todos os continentes. Sem tapete vermelho, sem estatuetas douradas, mas com um rigor técnico que faria corar qualquer júri de cinema. A World Beer Cup, conhecida informalmente como o Oscar das cervejas, avalia com exatidão quase científica o que poucos ousam produzir: excelência líquida. Cada estilo tem seu próprio código de conduta. Cada medalha, o peso de ter vencido não só os concorrentes — mas o próprio padrão.

O que talvez surpreenda é o que vem do Brasil. Em meio a uma cena ainda marcada por contrastes entre o industrial e o artesanal, sete rótulos nacionais cruzaram oceanos e protocolos para conquistar o que muitos fabricantes globais tentam há décadas sem sucesso. Algumas dessas receitas são tão acessíveis quanto um pão de queijo. Outras, mais robustas, exigem atenção, tempo e certa disposição para o inesperado. Mas todas carregam algo incomum: foram julgadas entre milhares, por especialistas do mundo inteiro, e saíram reconhecidas como referência absoluta em seus estilos.

Não se trata de modismo. Não é sobre espuma, copo certo ou selfie em festival. É sobre domínio técnico, invenção sensorial e uma certa valentia. Há uma gose tropical que flerta com frutas brasileiras como se o estilo tivesse nascido aqui. Uma sour sem álcool que entrega frescor com elegância. Uma stout densa como noite interiorana. Há acidez, malte, doçura, sal — mas, sobretudo, há precisão. Não há fórmula. Há intenção.

E há também uma boa notícia: tudo isso está aqui. Ao alcance. Na prateleira do mercado especializado, na loja online esquecida, na lata que não grita com o visual — mas sussurra, se você souber prestar atenção. Porque essas vitórias não são apenas comerciais. São simbólicas. Dizer que o Brasil faz cerveja de classe mundial não é otimismo: é constatação documentada. E tão discreta quanto a beleza que fermenta devagar, sem precisar de palco — só de paladar.