Ademir Luiz

Parem de dar parabéns aos professores e comecem a dar dinheiro

Parem de dar parabéns aos professores e comecem a dar dinheiro

O papel do professor vem sendo amplamente debatido nas últimas décadas, sobretudo com a disseminação da ideia de que o magistério é uma missão ou sacerdócio. Esse discurso, promovido por pedagogos, gestores educacionais e alguns teóricos, apresenta o professor como um profissional abnegado, movido por ideais elevados e altruístas. No entanto, ao romantizar a figura do docente, esse discurso acaba por diluir o caráter intelectual e profissional da docência, transformando o professor em um educador que deve sacrificar seus interesses pessoais em nome da educação. Essa visão distorce a realidade da profissão e prejudica a valorização adequada dos professores.

Bula de Livro: A Alma Perdida, de Olga Tokarczuk e Joanna Concejo

Bula de Livro: A Alma Perdida, de Olga Tokarczuk e Joanna Concejo

Em “A Alma Perdida”, texto e ilustrações se completam. Mais ainda, se enriquecem mutuamente. Sem os belos e instigantes elementos gráficos, a breve narrativa de Olga Tokarczuk estaria fadada a ser interpretada não mais do que como uma parábola moralizante. Talvez interessante por si só, mas, certamente, não memorável. Porém, amalgamada com os trabalhos de Joanna Concejo, tudo ganha, literalmente, cor, dimensão e profundidade.

Bula de Livro: Pescar Truta na América, de Richard Brautigan

Bula de Livro: Pescar Truta na América, de Richard Brautigan

“Pescar Truta na América” é o que podemos chamar de romance experimental, se o gênero literário chamado romance não estiver morto, como muitos dizem. Romance é chamado de “novel” em inglês, língua em que “Pescar Truta na América” apareceu primeiro, como escrevemos, em português, logo acima. A tradução literal de “Novel” é novidade. Se José J. Veiga, que era tradutor, não estivesse morto você poderia confirmar com ele. Infelizmente, não é mais possível.

Bula de Livro: O Perfume, de Patrick Süskind

Bula de Livro: O Perfume, de Patrick Süskind

“O Perfume” é um grande livro, embora não seja desprovido de problemas. Em alguns momentos a verossimilhança interna fica comprometida. Não me refiro a realismo, uma vez que trata-se de um livro com fortes traços de fantasia. Também é impossível ignorar que perde o ritmo no meio da narrativa, sobretudo nos capítulos em que o protagonista decide se tornar um eremita.