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Não é um livro. É um sintoma, um organismo elétrico enterrado na sua cabeça Foto / Cosmin Bumbutz

Não é um livro. É um sintoma, um organismo elétrico enterrado na sua cabeça

O protagonista é um homem sem nome. Professor, sem alunos memoráveis. Escritor, sem obra publicada. Alguém que vive em Bucareste como quem respira o ar errado. A cidade, ali, não é cenário: é sintoma. Umidade que sobe pelas paredes, poeira de giz que se acumula na pele, salões públicos que cheiram a fungo e náusea. O mundo real range. Há algo nele que não encaixa — e a literatura não tenta consertar.

A certeza da incerteza

A certeza da incerteza

Muito se fala sobre os dilemas da adolescência, mas pouco se discute o que acontece quando um adolescente simbólico ocupa o cargo mais poderoso do planeta. Com atitudes impulsivas, vaidade exagerada e um desprezo quase divertido por consequências, Trump encarna o arquétipo do jovem mimado com poder demais nas mãos. Seus decretos performáticos, suas falas narcisistas e sua relação com o espelho sugerem mais um garoto entediado do que um estadista. Em vez de governar, ele joga — com o ego, com o país, com o mundo. A economia reage com espanto, os analistas se confundem, e a única certeza parece ser a incerteza.

Tempo perdido é tempo gasto com gente ruim

Tempo perdido é tempo gasto com gente ruim

Tempo bom, sujeito a pancadas de chuva na minha horta. Em matéria de lama, cada gota que finca a poeira do chão me conclama, me importa. Já faz tempo que estou voltando ao pó, seja dando a cara a tapa, seja chorando atrás da porta. Sobram lágrimas, no entanto, há uma escandalosa escassez de água nas plagas do planeta. A falta de empatia tem provocado a desertificação dos corações humanos. De tal sorte que sinto uma inconteste vontade de chorar.

Desafio Nobel de Literatura: Você leu no máximo 8 desses 75 livros — e isso expõe o mundo, não você

Desafio Nobel de Literatura: Você leu no máximo 8 desses 75 livros — e isso expõe o mundo, não você

Num mundo que celebra velocidade, vender não é mais um detalhe — é o critério. E o que não cabe no algoritmo, evapora. A literatura que sobrevive a isso, a que resiste com frases longas, pausas incômodas e idiomas pouco traduzidos, vira exceção. Vira luxo. Vira ruído de fundo. É por isso que, ao olharmos para uma lista com 75 livros escritos por ganhadores do Nobel entre 1950 e 2024, a pergunta real não é quantos você leu — mas quantos o mundo permitiu que você encontrasse.

10 vinhos premiados que custam menos de R$ 100 — e parecem muito mais caros

10 vinhos premiados que custam menos de R$ 100 — e parecem muito mais caros

Todos os vinhos apresentados abaixo receberam notas entre 91 e 93 pontos no Descorchados 2024 — e todos, sem exceção, podem ser encontrados no mercado brasileiro por até R$ 100. Não há truques. Apenas boas escolhas. Tintos, brancos, italianos, brasileiros, argentinos… alguns clássicos, outros discretamente surpreendentes. Cada um deles carrega sua própria temperatura narrativa, seu ponto de inflexão no paladar, sua maneira particular de conversar com quem o bebe.