Arquivos

Parece bobinho,  mas não é: comédia romântica que aborda filosofia determinista e niilista é surpresa inteligente e reflexiva no Prime Video Divulgação / Orogen Entertainment

Parece bobinho, mas não é: comédia romântica que aborda filosofia determinista e niilista é surpresa inteligente e reflexiva no Prime Video

A engrenagem narrativa do “loop temporal” — materializada por um dispositivo incomum como uma câmara de bronzeamento artificial — não funciona como um mero truque para impulsionar a trama, mas sim como a expressão física de um dilema existencial. A protagonista não está em busca de uma segunda chance para acertar seus erros ou reviver um grande amor; ela luta contra o movimento inevitável da vida, agarrando-se a um instante efêmero para evitar o confronto com o que vem depois. Mais do que um fenômeno temporal, sua repetição é uma negação deliberada da realidade.

Comédia romântica no estilo de Jane Austen e “Bridgerton”, com Cate Blanchett, no Prime Video Divulgação / Pathé Pictures International

Comédia romântica no estilo de Jane Austen e “Bridgerton”, com Cate Blanchett, no Prime Video

A trama, repleta de trocas de poder e manipulações sutis, se desenrola com uma agilidade invejável, conduzida por um elenco excepcional. Cada ator oferece uma performance memorável, com destaque para a habilidade de Blanchett em equilibrar o amor incondicional de sua personagem e a crescente desconfiança em seu marido. Jeremy Northam, por sua vez, entrega a complexidade de Robert, um homem tentando preservar sua honra, enquanto se vê tragado por um segredo do passado que ameaça derrubar sua imagem de idealização.

Belíssimo romance épico com Joaquim Phoenix e Marion Cotillard que você precisa descobrir hoje no Prime Video Anne Joyce / Wild Bunch

Belíssimo romance épico com Joaquim Phoenix e Marion Cotillard que você precisa descobrir hoje no Prime Video

A imagem inicial de “Era uma Vez em Nova York” não poderia ser mais simbólica: a Estátua da Liberdade, erguida como um farol de esperança, logo se torna um espectro de ironia. Para os milhares de imigrantes que cruzavam o Atlântico em busca de uma nova vida, sua silhueta representava uma promessa; para Ewa Cybulska (Marion Cotillard), no entanto, ela se desmancha assim que o navio atraca. O filme de James Gray desmonta a mitologia do “sonho americano” com uma narrativa que substitui a ascensão heroica pela dureza de um destino marcado pela sobrevivência.

Um filme sem pretensão de recordes, mas que já se tornou o romance mais assistido do mundo em março no Prime Video Ross Ferguson / Amazon MGM Studios

Um filme sem pretensão de recordes, mas que já se tornou o romance mais assistido do mundo em março no Prime Video

Nem toda comédia romântica precisa girar em torno da busca por um grande amor. “Queimando o Filme” subverte essa expectativa ao usar o romance como pano de fundo para um questionamento maior: até que ponto as pressões sociais moldam nossas escolhas? A protagonista, vivida por Simone Ashley, se vê diante de cinco encontros supostamente predestinados, mas o real conflito da trama não está em encontrar um parceiro, e sim em redefinir seu próprio caminho.

Comédia romântica acaba de chegar à Netflix e é a distração perfeita para as preocupações do cotidiano Divulgação / Netflix

Comédia romântica acaba de chegar à Netflix e é a distração perfeita para as preocupações do cotidiano

Embora sua premissa não traga inovação, o filme equilibra dilemas da juventude moderna com as dinâmicas de amizade e família. No entanto, o roteiro carece de profundidade, prejudicado por diálogos genéricos e uma narrativa irregular. A intenção de construir um romance contemporâneo convincente é evidente, mas o impacto é diluído por problemas técnicos e estruturais.