Uma jornada pela resistência norueguesa durante a Segunda Guerra Mundial explora a trajetória de Gunnar Sønsteby, estrategista implacável e peça-chave no combate ao nazismo. Entre tensões humanas e operações arriscadas, o filme revela os custos emocionais de lutar por liberdade e justiça, tudo sob a visão aguçada de John Andreas Andersen.
Antes de se consolidar como um marco no cinema de Quentin Tarantino, “Bastardos Inglórios” foi um projeto de longa gestação. Seu roteiro, escrito antes mesmo de “Kill Bill”, enfrentou uma pré-produção desafiadora, especialmente na seleção do elenco. O papel de Hans Landa, em particular, exigia um ator que encarnasse a essência do personagem com precisão milimétrica. Embora Leonardo DiCaprio tenha sido considerado, Tarantino buscava um talento germânico autêntico. A solução surgiu com o austríaco Christoph Waltz, até então um nome obscuro para o público internacional, mas cuja performance cativou o diretor e garantiu seu lugar definitivo no cinema mundial.
Nas paisagens gélidas da Noruega ocupada pelo nazismo, “Número 24” revisita a luta de Gunnar Sønsteby, um contador que abandona a vida comum para integrar a Resistência. Com direção de John Andreas Andersen, o filme entrelaça passado e presente para revelar os dilemas de um herói que enfrentou não só a brutalidade inimiga, mas também os ecos das próprias escolhas. Uma história de coragem e remorso que ressoa na memória coletiva.
Lançando mão de todos os recursos que pode, John Andreas Andersen repassa lances decisivos da vida de Sønsteby em “Número 24”, um drama de guerra cheio de maravilhosas idiossincrasias. Baseado na autobiografia homônima de um dos grandes heróis da Noruega, o longa de Andersen tenta desbastar camadas obscuras do protagonista, um simpático velhinho padecendo a lidar com culpas e remorsos, mas ciente de que fez o que era certo.
A trama se inicia em 1940, momento em que a Noruega é invadida pelas forças nazistas. Gunnar, então um jovem estudante de economia e colaborador de um jornal clandestino, narra sua trajetória com um tom que oscila entre esperança e desencanto. Ele lembra que, naquele período, muitos acreditavam que o conflito estava prestes a terminar. Contudo, a guerra ainda estava longe de seu desfecho. É nesse contexto que Gunnar tem seu primeiro contato com o grupo de resistência Milorg, uma rede secreta que lutava para sabotar a ocupação alemã.
