O roteiro, assinado por José Rivera e Tim Sullivan, é deliciosamente previsível, mas não de maneira enfadonha. Cada peça se encaixa como deve, reafirmando que a vida — e, talvez, o cinema — deveria ser assim: harmônica e reconfortante. O desenrolar da trama é tão fluido quanto uma melodia já conhecida, mas que ainda consegue arrancar sorrisos sinceros.
Provocador e ousado, “Tipos de Gentileza” é mais uma incursão de Yorgos Lanthimos nos limites do absurdo e das convenções humanas. Dividido em três histórias que se entrelaçam com desconcertante ambiguidade, o filme confronta expectativas com uma narrativa fragmentada e repleta de performances brilhantes. Jesse Plemons, Willem Dafoe e Emma Stone dão vida a personagens dilacerados entre a submissão e a rebelião, numa trama que expõe a fragilidade das nossas próprias certezas.
A história, assim como a vida, avança de forma irregular, alternando progressos limitados e recuos frequentes. Esse movimento pendular, como observado por Marx, não repete os eventos em si, mas os molda em ciclos onde a tragédia de ontem pode ressurgir como a farsa de hoje. E é nesse palco de retrocessos e avanços que os fantasmas do passado, invariavelmente, voltam para testar a resiliência das instituições e dos povos.
“…E o Vento Levou” transcende uma simples história de amor para explorar as contradições de uma nação dividida pela Guerra Civil. No epicentro desse clássico, Scarlett O’Hara personifica a luta entre vaidade e resiliência, enquanto Rhett Butler desafia convenções. Victor Fleming conduz uma narrativa grandiosa, que mescla romance, crueldade histórica e um lirismo implacável.
“Virgem Maria” apresenta a figura da mãe de Cristo sob a perspectiva de uma jovem humilde, cuja força de espírito desafia os limites impostos pela tradição e pelo destino. Dirigido por D.J. Caruso, o filme desconstrói clichês religiosos, entregando uma narrativa que equilibra delicadeza e firmeza. Em um mundo de crenças fragmentadas, esta história resgata a humanidade por trás da santidade.
