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Segundo filme mais visto no mundo todo da Netflix em 2024 é, também, um filme de língua não inglesa Quim Vives / Netflix

Segundo filme mais visto no mundo todo da Netflix em 2024 é, também, um filme de língua não inglesa

A força do filme reside, em grande parte, na forma como Bayona explora o contraste entre a vastidão gélida e indiferente da natureza e a humanidade fraturada de seus personagens. Sob a direção de fotografia de Pedro Luque, as paisagens cobertas por neve são capturadas em tons de azul aflitivo, enquanto os rostos castigados pelo frio se destacam em closes perturbadores. A luz do sol, ora cegante, ora melancólica, cria uma atmosfera paradoxal de desespero e resiliência. A escolha de locações nos Andes e na Sierra Nevada espanhola reforça essa ambiência, tornando a montanha uma personagem implacável, que molda e desafia os sobreviventes.  

Meticulosa e brilhante: a obra-prima de Martin Scorsese, com Al Pacino e Robert De Niro, indicada a 358 prêmios, incluindo 10 Oscars Divulgação / Netflix

Meticulosa e brilhante: a obra-prima de Martin Scorsese, com Al Pacino e Robert De Niro, indicada a 358 prêmios, incluindo 10 Oscars

A exemplo de “Os Bons Companheiros” (1990) e “Cassino” (1995), Scorsese manipula o tempo narrativo com habilidade singular, alongando ou comprimindo momentos para intensificar a experiência do espectador. Essa fluidez ganha ainda mais força graças à edição primorosa de Thelma Schoonmaker, sua colaboradora desde “Touro Indomável” (1980). Com um roteiro meticuloso assinado por Steven Zaillian, o filme entrelaça imagens e camadas narrativas de forma tão complexa quanto hipnotizante.

Tão poético quanto devastador, drama da Netflix é o filme mais brutal e comovente da história da Netflix Lasse Frank / Miso Film

Tão poético quanto devastador, drama da Netflix é o filme mais brutal e comovente da história da Netflix

Na tênue fronteira entre a civilização e a barbárie, o bombardeio de uma escola em Copenhague em 1945 expõe as falhas humanas em tempos de guerra. Ole Bornedal transforma essa tragédia em uma narrativa que mistura dramas pessoais e históricos, explorando dilemas éticos e a fragilidade da vida. Com personagens marcantes e camadas simbólicas, o filme questiona o custo de escolhas em tempos extremos.

Sombrio e chocante sem nenhuma cena de violência, um verdadeiro espetáculo de imagens que dizem mais que mil palavras, no Prime Video Divulgação / A24

Sombrio e chocante sem nenhuma cena de violência, um verdadeiro espetáculo de imagens que dizem mais que mil palavras, no Prime Video

O roteiro de Jonathan Glazer, adaptado do romance homônimo de Martin Amis (1949-2023), publicado em 2014, utiliza recursos visuais e sonoros para explorar essa dicotomia. A narrativa coloca o espectador à beira do insuportável, transformando-o em uma testemunha incômoda da psicopatia familiar dos Höss. Em uma direção cirúrgica, Glazer trabalha com oposições: a aparente normalidade de uma família vivendo confortavelmente enquanto, do outro lado do muro, o Zyklon B extermina vidas em câmaras de gás. As paredes impregnadas com as marcas desesperadas das vítimas são um testemunho mudo do horror que os Höss preferem ignorar.

Tome seu calmante para não perder o controle ao assistir o thriller policial tenso e devastador com Sally Field e Kiefer Sutherland, na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Tome seu calmante para não perder o controle ao assistir o thriller policial tenso e devastador com Sally Field e Kiefer Sutherland, na Netflix

A trama começa com um golpe devastador: Julie (Olivia Burnette), uma adolescente cheia de vida, é assassinada em casa enquanto aguardava sua mãe, Karen (Sally Field), retornar do trabalho para celebrar o aniversário da irmã mais nova, Megan (Alexandra Kyle). A cena inicial é uma combinação visceral de horror e impotência. Durante uma ligação, Karen escuta os gritos de Julie enquanto está presa no trânsito. Quando finalmente chega em casa, a realidade é insuportável: Julie está morta, e o mundo de Karen desmorona.