Autor: Marcelo Costa

Uma década depois, finalmente: a obra-prima de Christopher Nolan chega à Netflix Brasil Divulgação / Warner Bros. Entertainment

Uma década depois, finalmente: a obra-prima de Christopher Nolan chega à Netflix Brasil

“Interestelar”, de Christopher Nolan, vai além da ficção científica: é uma elegia cósmica sobre vínculos humanos corroídos pelo tempo e pela ausência. Em um mundo sufocado por poeira e descrença, a esperança escapa para o espaço, não como conquista, mas como luto. A atuação de Jessica Chastain emociona pela contenção, e Anne Hathaway traz a provocação de um amor quântico. Com trilha litúrgica de Hans Zimmer, fotografia melancólica e ciência como metáfora, o filme revela que o verdadeiro abismo não é espacial — é emocional.

7 livros tão fascinantes e desconcertantes que você vai querer ler duas vezes

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Há livros que não terminam quando acabam. Ficam pulsando, como algo que não foi digerido direito. Ecoam em silêncios inesperados, reaparecem em pensamentos aleatórios. São leituras que provocam mais do que explicam, que incomodam mais do que consolam. E quando tudo parece ter se assentado, voltam. Ler uma vez não basta. Não por falta de atenção, mas porque algo ali continua vivo, pedindo retorno. São obras que ferem com beleza e confundem com precisão. Livros que exigem releitura não para entender, mas para suportar.

Se começar um desses 7 livros, esquece: adeus sono, vida social e talheres

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Alguns romances não pedem licença. Entram pela porta da frente, desmarcam seus compromissos e passam a viver em você com cheiro, peso, rumor. São histórias que não toleram interrupções, que exigem o corpo inteiro, os olhos famintos e uma espécie de fé provisória. Durante a leitura, fome, sono e tempo tornam-se ideias vagas. Você esquece o talher, a chamada de vídeo, o nome da rua. Lembra apenas da próxima página. E da urgência de saber onde, afinal, isso tudo vai dar.

5 livros que só fazem sentido depois de duas garrafas de vinho e uma crise existencial

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Nem toda leitura é para os dias de sol e juízo. Há livros que não se entregam ao leitor intacto, que exigem certa desordem, um desencaixe suave entre o que se pensa e o que se sente. São obras que não se abrem com pressa, nem com lucidez absoluta. Precisam de vinho, de um coração desarrumado, de uma noite sem rumo. E mesmo assim, não dizem nada claramente. São enigmas afetivos. Permanecem em silêncio até que o leitor vacile, escorregue, amoleça. E só então revelam sua fúria serena.

Julio Cortázar é idolatrado por leitores que fingem gostar do que não entendem

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De repente ficou óbvio, naquela roda de conversa sobre livros, que quase ninguém ali realmente entendia do que estava falando. Citavam trechos, referências cruzadas, páginas avulsas como cartas de baralho jogadas sobre a mesa, e alguém mencionou Cortázar, assim, sem aviso, e a conversa mudou de tom como se tivessem tocado num ponto sagrado. Cortázar virou aquilo, um santo literário estranho, desses que não se questiona nunca, porque questionar Cortázar é mostrar que você talvez não seja inteligente o suficiente para entrar no clube secreto dos leitores sérios. E no fundo, ele pensa agora, ninguém entendia nada mesmo.