Autor: Helena Oliveira

“Prisioneiro do Caos”, dirigido por Jon Holmberg, surge como uma surpreendente e instigante adição ao novo cinema sueco. A trama, centrada em Conrad Rundqvist, um vendedor de eletrodomésticos que se vê envolvido em uma teia de crimes e corrupção policial, provoca reflexões sobre as surpresas que o destino nos reserva. Com personagens cativantes e uma narrativa envolvente, o filme equilibra ação e crítica social em 98 minutos intensos.

A maneira como alguém viveu suas paixões ao longo da vida revela muito sobre sua essência. Quando o fervor amoroso é profundo, o amor floresce, não de maneira tardia, mas espontânea, como uma rosa em um campo seco, subitamente alimentada pela chuva após uma longa estiagem. Se esse amor é genuíno, surgem sinais de reciprocidade — mesmo em tempos de comunicação digital e sentimentos rápidos e tóxicos — como cartas, que resistem à efemeridade da era moderna.

Cinco anos após o sucesso do primeiro filme, “O Poço 2” retoma o cenário distópico com uma nova história, trazendo de volta personagens conhecidos e introduzindo novos elementos. Desta vez, a trama acompanha Perempuán, uma artista consumida pela culpa após causar a morte do filho de seu namorado. Buscando redenção, ela desce ao poço, onde a crítica social se expande, abordando também questões religiosas, enquanto o terror psicológico e os simbolismos permanecem intensos.

Em um mergulho profundo nas memórias e nos laços afetivos, “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” propõe uma reflexão instigante sobre o amor e suas consequências. A trama acompanha Joel e Clementine, um casal que opta por apagar as lembranças do relacionamento fracassado através de um procedimento tecnológico, mas logo descobrem que esquecer nem sempre significa se libertar. O filme equilibra fantasia e realidade ao explorar a fragilidade das conexões humanas e a importância das lembranças.

Em 1840, Mary Anning, paleontóloga inglesa de renome, embarca em uma jornada para redescobrir sua própria existência em “Ammonite”, filme que traz à tona tanto sua contribuição científica quanto os desafios emocionais que enfrentou. No coração dessa narrativa, está o autoabandono e a eventual redenção de Anning, cuja vida se entrelaçou com a busca incansável por fósseis de criaturas que habitaram o planeta milhões de anos atrás. Mais do que um retrato de sua dedicação à paleontologia, o filme de Francis Lee explora as nuances emocionais e os dilemas pessoais que moldaram sua trajetória.