Autor: Helena Oliveira

Will Smith e Margot Robbie em filme na Netflix que vai te fazer questionar se o amor não é só um golpe bem dado Divulgação / Warner Bros.

Will Smith e Margot Robbie em filme na Netflix que vai te fazer questionar se o amor não é só um golpe bem dado

Nada em “Golpe Duplo” quer ser modesto. Tudo reluz como se o filme estivesse certo de que o brilho próprio bastaria para convencer o público de que criminalidade é um talento glamoroso, quase um esporte olímpico praticado apenas pelos mais charmosos. E confesso que, por alguns minutos, esse delírio sedutor faz sentido: Will Smith desfila uma segurança calculada, Margot Robbie irradia magnetismo espontâneo e o luxo das locações convida qualquer espectador a abandonar a realidade por duas horas.

Samuel L. Jackson e Sandra Bullock em thriller devastador de Joel Schumacher que chegou à Netflix Divulgação / Warner Bros.

Samuel L. Jackson e Sandra Bullock em thriller devastador de Joel Schumacher que chegou à Netflix

“Tempo de Matar“ não tenta se esconder por trás de lições de moral. Ele abre a porta com violência, joga o espectador em um abismo ético e se recusa a suavizar qualquer ferida. O tema central chega de forma direta: até onde podemos ir quando a justiça falha? A pergunta não é nova, mas o filme se compromete a explorar suas fissuras mais profundas, onde a lei perde o verniz civilizado e se revela frágil diante do que ainda chamamos de humanidade.

Prepare-se para ver além do brilho: a verdade que ninguém admite sobre esse filme superestimado no Prime Video Dale Robinette / Summit Entertainment

Prepare-se para ver além do brilho: a verdade que ninguém admite sobre esse filme superestimado no Prime Video

A indústria cultural tem um talento peculiar para transformar pequenas ilusões em grandes espetáculos. “La La Land” é exatamente isso: uma vitrine reluzente para a velha fantasia hollywoodiana de que basta dançar sob a luz de postes falsamente românticos para que sonhos se tornem mais reais do que boletos atrasados. O filme se esforça tanto para convencer o espectador de que a vida é uma sequência de números musicais sincronizados com o pôr do sol que quase esquece que o amor, esse intruso inconveniente, não costuma caber em coreografias ensaiadas.

Do terror literário de Richard Matheson ao suspense cinematográfico com Will Smith: o filme que você precisa rever no Prime Video Divulgação / Warner Bros.

Do terror literário de Richard Matheson ao suspense cinematográfico com Will Smith: o filme que você precisa rever no Prime Video

Há algo deliciosamente perturbador em observar Nova York reduzida ao silêncio absoluto, como se a cidade que nunca dorme finalmente tivesse sido vencida pelo próprio esgotamento civilizatório. Aí está Robert Neville, o último habitante, ou o último que ainda se lembra de ser humano, arrancando vida de um mundo que decidiu suspender as regras do convívio. Will Smith, costumeiramente associado ao carisma expansivo do entretenimento de massa, toma para si uma responsabilidade inglória: sustentar sozinho o peso de uma civilização que perdeu o sentido.

O blockbuster caótico que salvou a DC do tédio e ainda debocha da política mundial, no Prime Video Divulgação / Warner Bros

O blockbuster caótico que salvou a DC do tédio e ainda debocha da política mundial, no Prime Video

Há algo deliciosamente subversivo em assistir a um estúdio gigantesco descobrir que, para entreter o público, basta largar o dicionário corporativo e contratar alguém com um mínimo de senso de humor e liberdade criativa. O episódio de demissão e recontratação de James Gunn funcionou como um pequeno colapso nervoso de Hollywood que, por acidente, pariu uma das experiências mais anárquicas já financiadas com tanto dinheiro.