Autor: Helena Oliveira

Prepare-se para ver além do brilho: a verdade que ninguém admite sobre esse filme superestimado no Prime Video Dale Robinette / Summit Entertainment

Prepare-se para ver além do brilho: a verdade que ninguém admite sobre esse filme superestimado no Prime Video

A indústria cultural tem um talento peculiar para transformar pequenas ilusões em grandes espetáculos. “La La Land” é exatamente isso: uma vitrine reluzente para a velha fantasia hollywoodiana de que basta dançar sob a luz de postes falsamente românticos para que sonhos se tornem mais reais do que boletos atrasados. O filme se esforça tanto para convencer o espectador de que a vida é uma sequência de números musicais sincronizados com o pôr do sol que quase esquece que o amor, esse intruso inconveniente, não costuma caber em coreografias ensaiadas.

Do terror literário de Richard Matheson ao suspense cinematográfico com Will Smith: o filme que você precisa rever no Prime Video Divulgação / Warner Bros.

Do terror literário de Richard Matheson ao suspense cinematográfico com Will Smith: o filme que você precisa rever no Prime Video

Há algo deliciosamente perturbador em observar Nova York reduzida ao silêncio absoluto, como se a cidade que nunca dorme finalmente tivesse sido vencida pelo próprio esgotamento civilizatório. Aí está Robert Neville, o último habitante, ou o último que ainda se lembra de ser humano, arrancando vida de um mundo que decidiu suspender as regras do convívio. Will Smith, costumeiramente associado ao carisma expansivo do entretenimento de massa, toma para si uma responsabilidade inglória: sustentar sozinho o peso de uma civilização que perdeu o sentido.

O blockbuster caótico que salvou a DC do tédio e ainda debocha da política mundial, no Prime Video Divulgação / Warner Bros

O blockbuster caótico que salvou a DC do tédio e ainda debocha da política mundial, no Prime Video

Há algo deliciosamente subversivo em assistir a um estúdio gigantesco descobrir que, para entreter o público, basta largar o dicionário corporativo e contratar alguém com um mínimo de senso de humor e liberdade criativa. O episódio de demissão e recontratação de James Gunn funcionou como um pequeno colapso nervoso de Hollywood que, por acidente, pariu uma das experiências mais anárquicas já financiadas com tanto dinheiro.

O filme na Netflix, com Bradley Cooper, que fez muita gente chorar escondido Divulgação / Warner Bros.

O filme na Netflix, com Bradley Cooper, que fez muita gente chorar escondido

“Nasce uma Estrela” não tenta nos convencer de que o estrelato é um planeta distante reservado aos escolhidos do Olimpo pop. A câmera gruda em dois seres humanos que não nasceram para brilhar, eles aprenderam a sobreviver em meio ao aplauso. Talvez seja por isso que Lady Gaga, aqui sem o exagero performático que todo mundo conhece, conquista antes mesmo de abrir a boca para cantar. Ela não interpreta: expõe-se.

O épico com Brad Pitt que faturou meio bilhão e agora está na Netflix Divulgação / Warner Bros.

O épico com Brad Pitt que faturou meio bilhão e agora está na Netflix

Há quem veja “Tróia” como um colosso de músculos à beira-mar, embalado por batalhas grandiosas e egos maiores ainda. Eu, particularmente, prefiro enxergá-lo como um daqueles encontros improváveis entre Hollywood e o desejo eterno de domesticar o mito. Os gregos lançaram navios; os estúdios lançaram dólares. Em ambos os casos, o objetivo foi o mesmo: conquistar o imaginário alheio com uma boa dose de brilho e ilusão.