Autor: Helena Oliveira

Último dia para ver: o filme inspirado em Malala que vai te emocionar e te deixar sem chão Divulgação / Newmarket Films

Último dia para ver: o filme inspirado em Malala que vai te emocionar e te deixar sem chão

Em um vilarejo esquecido de Camarões, onde o saber é visto como ameaça e o destino das meninas parece pré-definido, uma garota de 12 anos desafia a ordem ancestral em busca de algo simples e inaceitável: o direito de aprender. “O Diário do Pescador” não dramatiza um caso isolado, mas revela a brutalidade cotidiana de quem ousa desejar luz num lugar onde a escuridão virou norma — e onde a esperança precisa lutar para não ser apagada.

O romance mais grotesco da Netflix virou obsessão de Tarantino — e ninguém entende por quê Divulgação / Neon

O romance mais grotesco da Netflix virou obsessão de Tarantino — e ninguém entende por quê

Num deserto isolado e anárquico, onde a civilização desintegrou-se em delírios e rituais de sobrevivência, uma mulher mutilada tenta atravessar a paisagem hostil com a fúria de quem já perdeu tudo. Em “Amores Canibais”, Ana Lily Amirpour esgarça os limites entre crueldade e afeto, construindo uma distopia visceral em que cada gesto é ambíguo, e cada vínculo, uma negociação com o abismo.

Filme com Jennifer Garner que levou milhares de espectadores aos prantos, no Prime Video e Telecine Play

Filme com Jennifer Garner que levou milhares de espectadores aos prantos, no Prime Video e Telecine Play

Há filmes que se contentam em confortar. Outros ousam desconstruir o conforto e expor o espectador àquilo que há de mais incômodo e essencial: a dúvida. “Milagres do Paraíso”, ao contrário do que o título pode sugerir, não é um exercício de piedade visual, tampouco um sermão disfarçado de enredo. Sua potência reside justamente na recusa em oferecer respostas prontas — e é nessa recusa que o longa dirigido por Patricia Riggen encontra sua voz mais genuína.

Filme que quase fez o Oscar ser cancelado por premiar ator acusado de assédio, na Netflix Divulgação / Prime Video

Filme que quase fez o Oscar ser cancelado por premiar ator acusado de assédio, na Netflix

Há filmes que sussurram enquanto o mundo grita. “Manchester à Beira-Mar” é um desses raros exemplares que, em vez de oferecer explicações, insiste em deixar que as rachaduras falem por si. Kenneth Lonergan escolhe, deliberadamente, não preencher os vazios: ele os amplia. O luto, nesse universo gélido e repleto de silêncios incômodos, não é uma fase a ser superada, mas um estado crônico, um tipo de exílio interior. Desde os primeiros minutos, é possível perceber que o filme não conduz seu protagonista rumo à cura, mas o força a coexistir com a dor — como quem aprende a respirar num quarto sem janelas.

A série da Netflix que foi vista 100 milhões de vezes — e você nem ficou sabendo que existia Vishal Sharma / Netflix

A série da Netflix que foi vista 100 milhões de vezes — e você nem ficou sabendo que existia

Mergulhada em uma atmosfera de tensão constante, esta minissérie conduz o espectador por um labirinto de segredos, onde a dor do luto se mistura à paranoia e cada pista desafia a lógica. Ao transformar uma perda pessoal em um jogo de espelhos turvos, a narrativa expõe o abismo entre o que se vê e o que se pode acreditar, mantendo a dúvida como única certeza possível — mesmo quando tudo ao redor insiste em oferecer respostas fáceis.