Autor: Giancarlo Galdino

Acabou de estrear hoje na Netflix: uma jornada sci-fi brutal em um planeta cheio de predadores pré-históricos Divulgação / Sony Pictures Releasing

Acabou de estrear hoje na Netflix: uma jornada sci-fi brutal em um planeta cheio de predadores pré-históricos

Renúncias pautam o relacionamento de pais e filhos, premissa a que Scott Beck e Bryan Woods adicionam uma larga dose de fantasia delirante em “65 — Ameaça Pré-Histórica”. Roteiristas dos longas da série “Um Lugar Silencioso” (2018-2024), levados à tela por John Krasinski e Michael Sarnoski, e diretores do aclamado “Herege” (2024), Beck e Woods acertam e erram em diversos pontos, convictos do potencial da história que têm a apresentar, mas são batidos por um opositor inclemente.

O novo filme da Netflix que expõe o peso invisível da vida moderna e retrata mulheres à beira da exaustão Divulgação / Netflix

O novo filme da Netflix que expõe o peso invisível da vida moderna e retrata mulheres à beira da exaustão

Desafortunadamente, nem todo mundo consegue vencer os inimigos que cria, observação angular no ótimo “As Loucuras”. Rodrigo García compõe um drama episódico, com larga margem para situações engraçadas, iluminando discussões sobre identidade, perdas e ganhos, arrependimentos e, claro, até que ponto resiste a saúde mental durante a jornada. As mulheres que protagonizam as sequências elaboradas por García lidam com expectativas desumanas por parte da família, as costumeiras pressões sociais e um certo desajuste, que, no pior caso, degringola em problemas com a lei.

Baseado no livro de Valter Hugo Mãe, um dos filmes mais aguardados de 2025 acaba de chegar à Netflix Divulgação / Netflix

Baseado no livro de Valter Hugo Mãe, um dos filmes mais aguardados de 2025 acaba de chegar à Netflix

Não é todo mundo que alcança o equilíbrio de distanciamento e pendor para a fantasia usados por Valter Hugo Mãe para discorrer sobre os assuntos mais espinhosos da condição humana, e por essa razão é tão difícil adaptar para o cinema tramas como “O Filho de Mil Homens”. Daniel Rezende lança sua rede nesse oceano de possibilidades, muito certo do que quer e do que pode ter. Rezende é um diretor cuidadoso, atento aos detalhes próprios de seu ofício, e acha no livro de Mãe, um angolano radicado em Portugal, uma fonte inesgotável para elaborações poéticas.

O romance natalino da Netflix que chegou hoje para aquecer seu coração e te fazer acreditar no amor outra vez Mika Cotellon / Netflix

O romance natalino da Netflix que chegou hoje para aquecer seu coração e te fazer acreditar no amor outra vez

Acreditar no amor não é exatamente fácil: talvez seja o que existe de mais misterioso no enigma sem solução que é viver. Mark Steven Johnson faz o que está a seu alcance quanto a imaginar o sentimento amoroso para um pouco mais longe que o delírio. Seu “Borbulhas de Amor” aposta boa parte das fichas em sequências pensadas com a intenção de pegar o espectador pelos olhos — e pelo estômago, por que não? —, nos diálogos que já adivinhamos quando se trata de exaltar a mais humana das emoções e na parceria afinada de seus protagonistas, bons por si sós, melhores juntos.

Ela é a companhia ideal e o pesadelo perfeito: filme da HBO Max que parece um episódio proibido de Black Mirror Divulgação / New Line Cinema

Ela é a companhia ideal e o pesadelo perfeito: filme da HBO Max que parece um episódio proibido de Black Mirror

O amor pela vida é desculpa para atrocidades as mais diabólicas, parte do argumento elaborado por Drew Hancock em “Acompanhante Perfeita”. Sofisticado, o filme de Hancock toca em algumas feridas que a humanidade vai cultivando, não exatamente iludida, mas teimosa, achando que do mal nascerá o bem. Os desafios da convivência, a misoginia, o celibato involuntário são tratados pelo diretor-roteirista com uma dose generosa de nonsense e gore, mas nunca de modo gratuito, levando o espectador a pensar.