Autor: Giancarlo Galdino

Autoficção virou desculpa para não criar enredo

Autoficção virou desculpa para não criar enredo

Notas biográficas coloridas por passagens do mais puro devaneio, ingênuo, às vezes pueril, mas também de viperina mordacidade, têm atraído os olhares de leitores chegados a inconfidências recheadas de picardia.Escritores franceses contemporâneos alçaram lugar de destaque narrando episódios romanceados, felizes e desditosos, de sua infância e juventude, encontrando um campo de trabalho bastante fértil. Mas é preciso retomar o valor do enredo como instrumento de sentido e beleza.

O melhor filme de terror que você verá este mês acaba de chegar à Netflix Divulgação / Universal Pictures

O melhor filme de terror que você verá este mês acaba de chegar à Netflix

A inteligência artificial continua mais diabólica que santa, e em “M3gan” ela materializa-se da forma mais enganosa que poderia. Não é de hoje que a infância e seus símbolos ganham a tela para que venha à superfície uma compreensão muito particular do horror, e o filme de Gerard Johnstone flerta, sim, com clássicos do gênero, a exemplo do ótimo “Brinquedo Assassino” (1988), de Tom Holland, e sua vasta descendência, mas tem luz própria.

10 clássicos que você não leu, mas já opinou com confiança em mesa de bar

10 clássicos que você não leu, mas já opinou com confiança em mesa de bar

Nas noites boêmias das metrópoles de todo o planeta, entre goles de cerveja e baforadas de cigarro, observa-se um fenômeno curioso: pessoas discutem acaloradamente sobre obras literárias que nunca leram. Dez livros constam da nossa lista de clássicos que habitam o inconsciente coletivo e os suspeitos programas noturnos e, também por essa razão, seguem como os amigos da madruga de muitos, aqueles com quem se convive apenas em dadas circunstâncias e a respeito dos quais sabe-se tão pouco.

7 leituras que começam bem e depois viram um TCC disfarçado de romance

7 leituras que começam bem e depois viram um TCC disfarçado de romance

Que atire a primeira pedra aquele que nunca começou um romance promissor, com uma narrativa envolvente, personagens intrigantes e promessas de boas reviravoltas e, algumas dezenas de páginas depois, flagrou-se perdido em longos parágrafos autorreferentes, expressões técnicas que tentam suprir a pobreza narrativa e reflexões impenetráveis, mais afeitas aos trabalhos acadêmicos do que às obras de ficção. Se estava antes envolvido com os personagens, o leitor de repente percebe que eles sumiram, que a trama estagnou e que tudo agora gira em torno de conceitos. É o que acontece, em maior ou menor grau, com as sete publicações dessa lista.

7 livros que mostram que justiça e vingança são irmãs siamesas

7 livros que mostram que justiça e vingança são irmãs siamesas

A relação entre justiça e vingança é um dos temas mais antigos, complexos e recorrentes da literatura mundial. Das tragédias gregas aos romances contemporâneos, o embate da urgência de desagravo pela lei com o revide pela força do arrebatamento tem levado autores a refletir sobre moralidade, poder, culpa, salvação. Sete trabalhos, de autores diversos, passam à lista abaixo como exemplos de que a ânsia por não sentir-se inferior atravessa o tempo, culturas e estilos. A alma humana é por eles examinada em seus momentos de dor por perdas e escolhas difíceis, entre pagar o mal com o mal ou perdoar.