Autor: Eberth Vêncio

Uma voz dentro da cabeça repetia: bate!  Então eu bati.

Uma voz dentro da cabeça repetia: bate! Então eu bati.

Que polícia, que nada. Por mim, deixava esses caras se pegarem até um moer o outro na porrada. E mais: se eu fosse autoridade, se eu fosse político, mandava montar um ringue ao lado do estádio, tipo uma daquelas jaulas do Mad Max (você já assistiu ao filme ‘Mad Max’ né, chapa?), jogava os brigões lá dentro e deixava o pau torar. Só valeria parar de bater quando um deixasse o outro desfalecido no chão, se não morto, ao menos desacordado. Chamar o SAMU? Não. Puro desperdício de dinheiro público com gente que não presta, que não vale o que o deputado enterra.

Procure saber: biografias que comem fígados

Do jeito que os medíocres fazem escola hoje em dia, encontrar pessoas cuja leitura ultrapasse os patéticos perfis facebookianos com suas repetitivas mensagens alvissareiras, por si só, já parece uma tremenda aberração. Eu desconfio das estatísticas. Após o advento das redes sociais, eu receio que a cada dia os brasileiros, que já não eram muito chegados, leiam menos livros. Ocorre que, essencialmente, o mercado clama pela esculhambação. Humilhar, constranger, desencantar, colocar alguém pra baixo… Eis aí o papel do homem esperto: subtrair, faturar e ainda sair cantando de galo.

Os cretinos também amam

Os cretinos também amam

Cretinos quase sempre estão apressados, atrasados, pois são preguiçosos, desorganizados, odeiam acordar cedo. Enquanto usa o banheiro, o homem cretino grita que a mulher providencie, o mais rápido possível, o café da manhã, o qual ele devora, afobado, como se transasse. A vingança é um prato que se come frio: homens cretinos costumam ter ejaculação precoce.

Nunca durma com pessoas que não sonham

Nunca durma com pessoas que não sonham

Morrer de rir. Morrer de amor. Morrer de saudades. Morrer de sede em frente ao mar. Plagiar um verso do Djavan. Nada disso me interessa. Não é que eu tenha medo da morte, é que ela simplesmente me irrita. A maldade — esta, sim — me dá arrepios, pois bem sei do inato talento humano para desgraçar com a vida alheia.

A lobista que me amava

A lobista que me amava

Lembro-me bem de como eu sentia uma pontinha de inveja do Augustinho nos tempos de colégio, no final dos anos 70. É que Augustinho era o único pirralho que possuía tênis All Star, motorista particular e guarda-costas. Eu ia a pé pra escola, na guarda do bom e enigmático Deus, do meu irmão mais velho e de um trevo de quatro folhas enfiado à força dentro da carteira (coisas de mãe, vocês sabem).