Thriller de ação subestimado, na Netflix, que vai te deixar sem fôlego por 116 minutos Divulgação / Sony Pictures Entertainment

Thriller de ação subestimado, na Netflix, que vai te deixar sem fôlego por 116 minutos

Lisbeth Salander, uma jovem de 26 anos com estilo gótico, exibe seu corpo pequeno adornado com piercings e tatuagens. Sua aparência modesta esconde um enigma profundo. A história começa com uma cena em que a pequena Lisbeth joga xadrez com sua irmã, pintada pelo uruguaio Fede Alvarez na abertura de “Millennium: A Garota na Teia de Aranha”. Este filme encerra as aventuras de uma anti-heroína tão complexa que três atrizes diferentes tiveram que interpretá-la.

Em 2009, Noomi Rapace deu vida à hacker vigilante que se envolveu em uma missão que se tornou maior do que ela imaginava, revelando a verdade sobre si mesma ao desvendar um crime familiar. Apesar do talento de Rooney Mara e Claire Foy, a intensidade de Rapace no papel inicial é incomparável. Foy, embora excelente em “The Crown” como Elizabeth II, não consegue superar a interpretação de Rapace.

O roteiro de Jay Basu e David Lagercrantz apresenta pontos fracos, especialmente na transição entre os primeiros atos, onde o filme deveria alcançar seu ápice. Lagercrantz, escolhido pela família de Stieg Larsson para continuar a série após a morte do autor em 2004, enfrenta dificuldades em manter a qualidade original.

A complexidade da vida leva muitos a acreditarem que têm direitos inalienáveis que devem ser amplamente respeitados, independentemente de sua origem, cor de pele, classe social, idade ou religião. Essa crença, muitas vezes, resulta em comportamentos abusivos e violentos, afetando profundamente a vida de outros.

A cena em que Lisbeth e sua irmã Camilla estão em uma sala escura transformada em masmorra é um exemplo claro disso. A fotografia de Pedro Luque Briozzo amplifica a sensação de terror iminente, preparando o público para a violência que se segue. Beau Gadsdon e Carlotta von Falkenhayn desempenham seus papéis de forma brilhante, incitando o espectador a especular sobre o destino das duas irmãs. Alvarez conduz a narrativa para um ambiente de horror, onde a Lisbeth adulta, interpretada por Foy, busca vingança contra abusadores, especialmente no início do filme. No entanto, o diretor não consegue sustentar esse nível de tensão até o final, deixando um enigma sem solução.


Filme: Millennium: A Garota na Teia de Aranha
Direção: Fede Alvarez
Ano: 2018
Gêneros: Ação/Crime 
Nota: 7/10