Existe uma saturação no universo das comédias românticas? Observando o filme “A Mãe da Noiva”, podemos afirmar com confiança que ainda há espaço para explorar neste gênero, dado o vasto leque de situações envolvendo namoros, casamentos, cerimônias e os envolvidos nessas ocasiões memoráveis, independentemente do sucesso ou fracasso dessas relações. Surpreendentemente, em casos de separação, essas memórias podem se tornar ainda mais marcantes, destacando momentos de beleza genuína que impactam todos os presentes.
O cineasta Mark Waters revitaliza conceitos previamente abordados em filmes notáveis do gênero, inclusive em trabalhos anteriores como “E se Fosse Verdade” (2005), onde a morte não impede o amor, e “A Casa do Sim” (1997), que narra outra história de amor contra o destino, com uma pitada de humor. No atual projeto, o roteiro de Robin Bernheim mergulha nas dúvidas profundas de uma noiva prestes a se casar, que é abruptamente confrontada com opiniões desfavoráveis de sua mãe sobre o futuro marido, baseadas em experiências passadas com o pai dele. Tais críticas parecem demasiado frívolas para serem levadas a sério, levando a narrativa a escorregar em pontos cruciais.
Se alguém descobrisse a fórmula para blindar relacionamentos, não só se tornaria extremamente próspero, mas seria eternamente celebrado na cultura popular. Esse inovador dos relacionamentos seria discutido com tanta frequência que poderia até se arrepender de sua descoberta. Curiosamente, muitos dos que se comprometem com outros, talvez não devessem fazê-lo. De qualquer modo, não há necessidade de manter relações que a vida, ou melhor, circunstâncias, já encaminharam para o fim. Na verdade, muitas pessoas já estão mais do que dispostas a facilitar a separação de ex-parceiros indesejados. Essas dinâmicas são uma constante nas comédias românticas!
Emma e RJ estão de férias planejando os pormenores do casamento dos seus sonhos, que ocorrerá em um mês, na Tailândia. É evidente que Emma e sua mãe, Lana, não têm uma relação muito próxima, pois Lana desconhece detalhes sobre o noivo, que estranhamente parece estar conectado ao seu passado. Este é o primeiro contato do público com a trama, onde os personagens são apresentados de maneira um tanto negligente, deixando aos espectadores a tarefa de decifrar o porquê dessa desinformação entre eles.
A interação forçada entre Miranda Cosgrove e Sean Teale contrasta com o par mais maduro, Lana e Will, interpretados por Brooke Shields e Benjamin Bratt, que parecem perdidos na história. O filme só não se torna um completo fracasso graças a Clay e Scott, interpretados por Michael McDonald e Wilson Cruz, que trazem humor e profundidade ao enredo. No entanto, o resultado final é uma mistura insípida de clichês que tentam, sem sucesso, conferir valor a um filme que deveria evitar tais armadilhas.
Filme: A Mãe da Noiva
Direção: Mark Waters
Ano: 2024
Gêneros: Comédia/Romance
Nota: 7/10