O filme da Netflix que vai te deixar em lágrimas: o maior nocaute emocional do cinema nos últimos 2 anos

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Certamente, a maternidade ocupa um lugar central nas temáticas exploradas por Pedro Almodóvar, e isso é evidente em “Mães Paralelas”. Neste filme, o diretor espanhol e Penélope Cruz celebram mais uma colaboração marcante, a oitava em 25 anos. Nessa obra, Almodóvar aproveita o talento de Cruz para extrair uma narrativa vibrante e emotiva que é tão característica de seus filmes. Cruz, por sua vez, amplifica a intensidade emocional do roteiro, reforçando uma parceria que promete continuar rendendo frutos. 

Lançado em 2021, o filme tece uma história que combina a profundidade pessoal e complexa de suas personagens com dilemas éticos e reflexões sobre um momento turbulento da história política espanhola. A trama centra-se na vida de duas mulheres cujos destinos estão curiosamente entrelaçados, abordando suas lutas por reconhecimento e autonomia — um tema sempre atual e urgente. Almodóvar, reconhecido por sua habilidade em dirigir melodramas, utiliza as atuações para intensificar a narrativa, captando habilmente as nuances que suas atrizes oferecem. 

Janis, interpretada por Cruz, é uma fotógrafa de Madrid cujo anseio pela maternidade enfrenta as pressões do tempo e das demandas de sua carreira. A vida, porém, intervém de maneira inesperada quando ela engravida de Arturo, um arqueólogo forense interpretado por Israel Elejalde, após uma sessão de fotos. À medida que a data do parto se aproxima, Janis encontra-se no hospital compartilhando um quarto com Ana, uma jovem mãe solteira, interpretada por Milena Smit. A interação entre as duas, embora inicialmente pareça superficial, rapidamente revela profundas conexões. 

O enredo de “Mães Paralelas” é habilmente construído com reviravoltas inesperadas, movendo-se de momentos de alegria para outros de serenidade reflexiva, um estilo que Almodóvar maneja com maestria. O filme começa a se desdobrar com o reencontro de Janis com Arturo, introduzindo conflitos que capturam a atenção do público, enquanto Ana enfrenta sua nova realidade com uma sobriedade que revela muito sobre sua vida. 

Além disso, o filme aborda temas delicados como a responsabilidade da maternidade sem apoio familiar e a dolorosa história dos desaparecidos políticos durante a Guerra Civil Espanhola. Embora o tratamento de Almodóvar sobre o passado político seja breve, ele serve como pano de fundo para as histórias pessoais em primeiro plano. Mais de oitenta anos após o conflito, as repercussões ainda são sentidas, especialmente por Janis, que busca descobrir o destino de seu bisavô desaparecido. 

“Mães Paralelas” encapsula a essência de Almodóvar com suas referências estilísticas, como o uso intensivo da cor vermelha e a complexidade da narrativa que se desenrola gradualmente. O filme termina com uma nota que ressoa com temas de transitoriedade e perenidade, refletindo sobre a vida que persiste apesar dos desafios, simbolizada pelo nascimento de uma nova geração. A obra destaca-se como um exemplo eloquente do talento de Almodóvar para explorar a condição humana através de lentes intensamente pessoais e emocionalmente ricas. 


Filme: Mães Paralelas
Direção: Pedro Almodóvar
Ano: 2021
Gênero: Drama/Comédia/Suspense
Nota: 9/10