Último dia para assistir na Netflix: o filme ganhador do Oscar que consagrou Joaquin Phoenix Divulgação / Warner Bros

Último dia para assistir na Netflix: o filme ganhador do Oscar que consagrou Joaquin Phoenix

No universo cinematográfico, as obras frequentemente servem como espelhos, refletindo as transformações culturais e sociais desejadas ou temidas pelas comunidades globais. Elas têm o poder de questionar, antes que nos entreguemos à admiração cega, os méritos e riscos das inovações propostas. Spike Jonze, com sua abordagem sutil e perspicaz, aborda em “Ela” a dualidade intrínseca da condição humana, balançando na corda bamba entre a sanidade e a insanidade, presa à eterna busca por satisfação.

Joaquín Phoenix, em mais uma atuação memorável, apresenta uma complexidade emocional profunda ao interpretar Theodore, um homem navegando pelas águas turbulentas da meia-idade, enfrentando o fim de um relacionamento enquanto encontra um propósito renovado em seu trabalho. Sem esforço aparente, Phoenix mergulha no papel, trazendo nuances e profundidade, mesmo sem o elemento da novidade em sua trajetória, semelhante à transformação que experimentou ao encarnar o personagem Coringa.

O filme explora a relação entre Theodore e um sistema operacional avançado, Samantha, voz interpretada por Scarlett Johansson. Sem aparecer fisicamente, Johansson dá vida a Samantha, desafiando as percepções sobre a interação humano-máquina e provocando reflexões sobre a crescente dependência de tecnologias e algoritmos. “Ela”, na Netflix, não apenas questiona as fronteiras entre o real e o artificial, mas também instiga debates sobre a essência das conexões humanas em uma era dominada pela inteligência artificial.

A narrativa se desdobra mostrando como a busca por ordem e sentido na vida de Theodore o leva a um relacionamento inesperado com Samantha. Este vínculo, embora baseado na interação com uma IA, ressalta a sede humana por conexão e entendimento. O filme, ao mesmo tempo que critica a onipresença tecnológica, oferece uma perspectiva sobre a possibilidade de encontrar autenticidade e empatia até mesmo nas interações mais improváveis.

“Ela” se posiciona como um comentário sobre a condição humana, explorando a complexidade das emoções, a busca por significado e a influência pervasiva da tecnologia em nossas vidas. Jonze consegue tecer uma narrativa que é ao mesmo tempo íntima e abrangente, questionando o que significa ser humano em um mundo cada vez mais interconectado e mediado por máquinas.


Filme: Ela
Direção: Spike Jonze
Ano: 2013
Gêneros: Drama/Romance/Ficção científica
Nota: 9/10