Com o passar dos anos, muitas vezes construímos barreiras em torno do que consideramos apropriado. Quando crianças, nossa essência é a liberdade; à medida que envelhecemos, muitas vezes nos restringimos. Tornamo-nos cativos das convenções sociais e do que é considerado “correto”. A simples ideia de recomeçar, ou de se permitir experimentar novamente, torna-se um desafio. Como se perdêssemos, ao longo do tempo, o direito de errar, de tentar e de buscar a verdadeira felicidade.
Por outro lado, a humanidade demonstra progressos e retrocessos. Felizmente, questões como o etarismo estão sendo cada vez mais debatidas e desconstruídas. A tendência atual é priorizarmos nosso bem-estar mental, físico e emocional, sem dar tanto peso às opiniões externas.
No filme turco “Em Uma Ilha Bem Distante”, dirigido por Vanessa Jopp e escrito por Jane Ainscough a partir da história de Alex Kendall, somos envolvidos pela emancipação das limitações sociais, abordando temas como sexualidade, casamento e etarismo. As imagens panorâmicas destacam a beleza natural de cenários deslumbrantes, enquanto acompanhamos a trajetória de Zey (Naomi Krauss), uma mulher de 49 anos que enfrenta o luto pela morte de sua mãe.
Casada com Ilyas (Adnan Maral) e mãe de Fia (Bahar Balci), uma jovem no limiar da vida adulta, Zey vive em um pequeno apartamento na Turquia com seu pai. O falecimento de sua mãe traz uma revelação: uma casa herdada na Croácia. No entanto, o descaso de seu marido durante o funeral, aliado a suspeitas de infidelidade, a leva a se refugiar nessa propriedade. Ao chegar, descobre a presença inesperada de Josip (Goran Bogdan), um homem com quem sua mãe tinha acordos antigos sobre o imóvel.
Em meio a desentendimentos e convivência forçada, surge uma tensão entre os dois. A estadia de Zey se prolonga devido a descobertas sobre o relacionamento de seu marido, e o que era um relacionamento tumultuado com Josip se transforma em romance.
“Em Uma Ilha Bem Distante” evoca sensações reminiscentes de filmes como “Mamma Mia!” e “Sob o Sol de Toscana”. A combinação de paisagens deslumbrantes, música envolvente e atuações genuínas de Krauss e Bogdan culmina em uma experiência cinematográfica revigorante. Mais do que uma narrativa, o filme é um refúgio que convida à introspecção e renovação. Ao fim, somos lembrados do valor da autenticidade e das infinitas possibilidades que surgem quando ousamos recomeçar.
Filme: Em Uma Ilha Bem Distante
Direção: Vanessa Jopp
Ano: 2023
Gênero: Romance/Comédia/Drama
Nota: 9/10