Esqueça os livros de autoajuda e os coaches de internet: este filme na Netflix vai te ensinar tudo que você precisa sobre o sucesso Melinda Sue Gordon / Sony Pictures

Esqueça os livros de autoajuda e os coaches de internet: este filme na Netflix vai te ensinar tudo que você precisa sobre o sucesso

Baseado em uma história real, “O Homem Que Mudou o Jogo” é um filme dirigido por Bennett Miller e coescrito por Aaron Sorkin, Steven Zaillian e Stan Chervin. As características de Sorkin nos diálogos são inconfundíveis. Se você não sabe de quem estou falando, ele é ninguém menos que o roteirista por trás de “Os 7 de Chicago”, “A Grande Jogada”, “A Rede Social” (que lhe rendeu o Oscar), “Questão de Honra” e séries como “West Wing” e “The Newsroom”.

Seus roteiros distintos incluem longos diálogos cheios de palavras e discussões bem-elaboradas que dificilmente ocorreriam de maneira natural na vida real. É como se seus personagens fossem capazes de verbalizar suas melhores e mais brilhantes ideias, o que sabemos que não ocorre com tanta facilidade. O que conseguimos articular em palavras não exprimir com tanta clareza assim nossas intenções. Além disso, a carga emocional desses diálogos são bastante expressivas e dão ritmo à trama. Sem falar no seu senso de humor afiado, que suaviza discussões complexas de temas densos.

Sorkin rescreveu o roteiro já feito por Zaillian, que seria dirigido por Steven Soderbergh. Inclusive, foi o diretor que contratou Brad Pitt para estrelar no papel de Billy Beane, o protagonista. Mas quando a Columbia Pictures desaprovou completamente as ideias que Soderbergh tinha para a projeto, os planos foram adiados e o cineasta não seguiu adiante. Foi quando Pitt convenceu Miller de assumir a batuta do filme.

O enredo gira em torno do Oakland’s Athletics, um time de baseball dirigido por Billy Beane (Brad Pitt). A situação financeira da equipe não está nada boa e, após ser derrotado na World Series e perder seus três melhores jogadores para times maiores, Beane precisa tomar certas atitudes em relação à sua equipe e reformular seu jogo em campo.

Quando não se tem recursos é complicado enxergar uma saída para o problema. Mas quando um jovem recém-formado em Yale, chamado Peter Brand (Jonah Hill), surge com ideias novas e mirabolantes, Beane questiona se é loucura ou se realmente aquilo que ele diz é possível. Bem, diante de muitas negativas aos seus pedidos por mais verba e jogadores mais caros, Beane precisa dar um salto de fé e acreditar nas estatísticas.

Brand usa seu computador para analisar as habilidades e fraquezas de cada jogador subvalorizado e reposicioná-los conforme análises de probabilidade e custo-benefício. Embora pareça muito irresponsável e utópico, foi a decisão de Beane de levar Brand à sério que levou o Oakland’s Athletics a uma sequência de 20 vitórias consecutivas na Liga Principal de Baseball com os jogadores mais baratos do país.

Mas por trás da fome insaciável por vitória, Beane também trava suas batalhas pessoais. Recém-divorciado, solitário e com medo de perder o emprego e precisar se mudar para longe da filha, ele também lida com um fracasso do passado que mudou toda sua trajetória de vida.

Inspirado no livro “Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game”, de Michael Lewis, o livro mostra como Brand colheu décadas de dados estatísticos para provar que olheiros não são sempre os melhores juízes de talento.

O filme conta com boas atuações, uma história inteligente, envolvente e emocionante, com uma excelente construção de seu personagem principal e um andamento leve e articulado, sem pressa, mas também sem ser arrastado.


Filme: O Homem Que Mudou o Jogo
Direção: Bennett Miller
Ano: 2011
Gênero: Biografia / Drama / Esporte
Nota: 10/10