Mark Williams é mais conhecido por produzir filmes e séries para televisão, como “O Contador” e “Ozark”. Ele também já escreveu roteiros para alguns filmes, entre eles os que dirigiu, “Agente das Sombras”, “Um Homem de Família” e o que iremos falar, “Legado Explosivo”. Como um diretor colaborativo, ele trabalhou algumas vezes com Liam Neeson, que protagoniza este longa-metragem de ação.
No enredo, Tom Carter (Liam Neeson) é conhecido da polícia como Ladrão-Fantasma, um meticuloso ladrão de bancos que tem uma reserva de mais de 9 milhões de dólares em dinheiro roubado. Quando ele se apaixona por Annie (Kate Walsh), Tom decide transformar sua vida. Ele para com os furtos e pretende se entregar para a polícia e se redimir de seus crimes.
Ele liga para o FBI e diz quem é e onde eles podem encontrá-lo. Com centenas de ligações de trotes, ninguém realmente acredita que ele seja o verdadeiro Ladrão-Fantasma. No entanto, quando dois agentes, John Nivens (Jai Courtney) e Ramon Hall (Anthony Ramos), constatam a veracidade das alegações e encontram milhões de dólares entre os objetos pessoais de Tom, eles decidem embolsar o dinheiro e forjar a morte do criminoso.
No meio da situação, um chefe do FBI (Robert Patrick) é morto por um dos agentes e Tom foge. John Nivens e Ramon Hall manipulam a cena do crime para que pareça que Tom o matou. Enquanto tenta escapar dos policiais corruptos, Tom quer provar sua inocência.
“Legado Explosivo” explora as camadas de um ex-criminoso, mostrando suas nuances de personalidade, abordando seus conflitos pessoais, como culpa e moral, e sua relação com Annie, cuja natureza otimista e alegre influencia diretamente na decisão de Tom de se tornar uma pessoa melhor. Ela é o evento catalizador de sua mudança de rumo, mas percebemos em algumas cenas e diálogos que o protagonista segue uma determinada ética. Tom é um ex-fuzileiro, mas quando questionado por Annie se já matou alguém, ele diz que nunca fez tal coisa. Ele, que é especialista em bombas, admitiu só ter usado sua habilidade para desarmar minas. Quando em determinados momentos é obrigado a atirar contra pessoas, o faz em legítima defesa. A partir disso, podemos compreender os motivos pelo qual é tão importante para o personagem pagar pelos seus crimes e se provar inocente nas acusações falsas contra ele.
Com uma fotografia que captura os ambientes em cores frias e os personagens em cores quentes, Mark Williams e seu diretor de fotografia Shelly Johnson quis dar mais dramaticidade para as pessoas, enfatizando sua humanidade e suas emoções, enquanto os cenários mostram uma cidade gelada, urbana e saturada. O visual confere características bem particulares em relação a outros filmes de ação. Além disso, Shelly gosta de capturar ângulos incomuns e assimétricos, levando o espectador para dentro da cena, como um observador que enxerga os eventos com seus próprios olhos.
Ao contrário de outros filmes do gênero, Shelly não usa movimentos bruscos e naturais demais para sua câmera, que quando em travelling, flutua levemente pelo ambiente, não chamando tanta atenção e dando mais enfoque para o contexto da cena.
“Legado Explosivo” mantém seu ritmo dinâmico do início ao fim, jamais caindo em diálogos enfadonhos ou momentos arrastados, o que contribui para o interesse e atenção do espectador na história. Além disso, podemos esperar atuações bastante satisfatórias do elenco principal.
Filme: Legado Explosivo
Direção: Mark Williams
Ano: 2020
Gênero: Ação
Nota: 7/10