Filme frenético com Denzel Washington e Ryan Reynolds, na Netflix, vai virar seus olhos do avesso Divulgação / Universal Pictures

Filme frenético com Denzel Washington e Ryan Reynolds, na Netflix, vai virar seus olhos do avesso

Apesar do nome latino, Daniel Espinosa é um cineasta sueco. Ele tem ascendência chilena e, por isso, o sobrenome soa tão familiar. Seu maior sucesso cinematográfico é “Protegendo o Inimigo”, filme com Denzel Washington, Ryan Reynolds, Vera Farmiga, Robert Patrick, Sam Shepard, Brendan Gleeson e Liam Cunningham. O enredo original era ambientado no Rio de Janeiro, mas a locação teve de ser alterada com objetivo de manter toda a equipe em segurança. Então, as gravações foram feitas na Cidade do Cabo, na África do Sul.

Denzel Washington, como estrela do filme, só assinou o contrato depois de acrescentar uma cláusula em que previa que o diretor contratado deveria ter sua aprovação prévia. Ele assentiu com a escolha por Espinosa e, justamente por isso, o diretor não foi demitido mesmo após algumas crises de opiniões com os produtores. Já Washington também só foi chamado, porque Espinoza achou que ele era o único ator possível para interpretar o papel.

No enredo, Matt Weston (Reynolds) é um agente novato da CIA, que toma conta de um abrigo secreto. Quando o ex-agente Tobin Frost (Washington), que é um traidor e um dos principais procurados do governo americano, é capturado e levado para o abrigo de Matt, seis agentes são mortos durante uma disputa com mercenários.

Matt é o único sobrevivente e deve fugir com o procurado pelas ruas da Cidade do Cabo até outro abrigo para entregá-lo novamente para a CIA. No entanto, o caminho é recheado de percalços, que vão definir a resistência e qualidade de Matt como funcionário da agência. Além disso, a vida dos dois corre grandes perigos, já que os mercenários também querem Tobin por causa de uma informação que ele guarda.

Um filme com ritmo frenético e cheio de tensões, “Protegendo o Inimigo” tem poucos diálogos marcantes, mas muitas cenas de ação de tirar o fôlego. A câmera trêmula na mão do operador garante que o espectador se sinta dentro da história e atua como um outro personagem. O enredo de David Guggenheim é feito para nos surpreender a todo momento com as reações de seus personagens. Matt, como novato, está em constante dúvida sobre o que fazer e quais atitudes tomar e isso torna as situações ainda mais angustiantes e inesperadas para o espectador.

Já Tobin é como um reflexo de Washington: experiente e dominante. Denzel toma conta das telas cada vez que entra em cena e parece estar controlando todos os eventos, mesmo quando é um refém algemado. Ele analisa tudo friamente, olha ao seu redor com calma e calcula seus próximos movimentos, jamais se colocando como vítima ou vulnerável.

A intensidade do filme é tanta, que algumas cenas violentas realmente foram reais, como a de um soco que Ryan Reynolds dá em Denzel Washington, que deixou o olho do ator roxo, e a cena de afogamento com a toalha, que também foi real. Apesar disso, o elenco sobreviveu sem grandes danos à saúde.

Desde que dirigiu este filme, Espinoza só trabalhou em produções estadunidenses.  “Protegendo o Inimigo” abriu as portas para que ele dirigisse outros longas-metragens hollywoodianos, como “Crimes Ocultos”, “Vida” e “Morbius”.


Filme: Protegendo o Inimigo
Direção: Daniel Espinoza
Ano: 2011
Gênero: Ação/Policial
Nota: 7/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.