Último dia para assistir na Netflix ao filme mais triste da história do cinema Divulgação / Miramax

Último dia para assistir na Netflix ao filme mais triste da história do cinema

O momento em que uma criança confronta a crueldade do mundo e perde sua inocência é um momento de grande tristeza. Esta é uma fase da vida em que somos impiedosamente apresentados a uma realidade hostil e perplexa, um cenário onde cada palavra e ação importam, podendo ter repercussões pesadas sobre nossos jovens ombros. A jornada, às vezes demasiado longa, ensina-nos que o mundo é um lugar onde lobos vestem pele de cordeiro, aguardando um deslize nosso para atacar e dilacerar não apenas nosso corpo, mas também nossa dignidade.

A mágica da humanidade reside na nossa capacidade de formar pensamentos únicos, uma confluência de intelecto e espírito, resultando em visões de mundo distintas, mas complementares. Este exercício de absorção do caos da vida, de toda sua riqueza e miséria, nos permite explorar inúmeras possibilidades, apesar da heterogeneidade distópica.

Onde a resiliência do espírito humano brilha, no entanto, é no candor e na franqueza arrebatadora da infância. Quando a realidade se torna insuportavelmente cruel, é esta inocência juvenil, esta capacidade de se adaptar a cenários adversos, que nos oferece algum consolo. Tal perspectiva é habilmente ilustrada no filme “O Menino do Pijama Listrado”, dirigido por Mark Herman, que faz um confronto entre as ilusões de um garoto e a compreensão da dura realidade de uma guerra de dimensões internacionais.

O protagonista do enredo, baseado no livro do irlandês John Boyne, é a pureza, retratada como uma memória distante para aqueles que já passaram dos quinze anos. O filme é marcado por um constante conflito entre aqueles que interpretam a realidade segundo suas sensibilidades individuais e aqueles que são forçados a acreditar no que seus olhos veem.

O jovem Bruno, interpretado por Asa Butterfield, é o exemplo perfeito do primeiro grupo. Mesmo após ser confrontado com a realidade da brutalidade do nazismo, Bruno se mantém em sua bolha de inocência. Butterfield traz sensibilidade ao papel, expressando a perplexidade de Bruno com a sutileza de seu olhar. O pai de Bruno, um alto oficial de Hitler vivido por David Thewlis, é a personificação do mundo exterior hostil que invade a inocência de Bruno.

O filme “O Menino do Pijama Listrado” é uma representação comovente de como a brutalidade do mundo pode interromper a inocência da infância. Mesmo que o filme seja centrado na Segunda Guerra Mundial, suas mensagens e temas são universais e relevantes até hoje.


Filme: O Menino do Pijama Listrado
Direção: Mark Herman
Ano: 2008
Gênero: Drama
Nota: 9/10