Últimos dias para assistir: filme com Tom Cruise, na Netflix, vai tirar seu fôlego por 130 minutos Divulgação / Paramount Pictures

Últimos dias para assistir: filme com Tom Cruise, na Netflix, vai tirar seu fôlego por 130 minutos

“Jack Reacher: O Último Tiro” é o primeiro da dupla de filmes sobre o herói baseado nos livros de Lee Child. Embora o sequência tenha tido uma bilheteria impressionante, rendendo 100 milhões de dólares apenas nas duas primeiras semanas, é improvável que um terceiro filme do action hero seja lançado. Tom Cruise se estabeleceu muito bem como rosto dos filmes de ação nas últimas três décadas e meia e praticamente é Midas: tudo que toca vira ouro, mesmo no alto de seus 60 anos de idade. Um exemplo disso é o retorno bem-sucedido de “Top Gun”.

No primeiro filme da franquia, Reacher (Cruise) decide sair de sua caverna (afinal ninguém sabe onde ele se esconde), depois que Barr (Joseph Sikora), um franco-atirador, supostamente mata quatro pessoas de maneira aleatória. Após a prisão do suspeito, a promotoria acredita que ele irá assinar sua confissão, mas, ao invés disso, ele pede para chamarem Jack Reacher. Embora exista a identidade, não há rastros de seu paradeiro. Não se sabe onde mora, qual carro anda, não há absolutamente nada no nome de Reacher. Mas ao ver Barr na televisão, ele próprio decide aparecer. O problema é que a caminho da cadeia, Barr foi espancado e agora está em coma no hospital, sem poder contar sua versão da história.

A advogada de Barr, Helen Rodin (Rosamund Pike), que também é filha do promotor, não vê consistência nas provas contra seu cliente, mas quer, ao menos, impedir uma sentença de perpétua. Ao se encontrar com Reacher, fica curiosa para compreender a conexão dele com Barr. Ambos foram militares e Barr, que é psicopata e gosta de matar pessoas, havia atirado em cinco soldados no Iraque. Ele não respondeu pelas mortes, porque os homens eram estupradores e o exército deu um jeito de encobrir o crime. No entanto, Reacher o prometeu que se ele se metesse em confusão novamente, o mataria. Por isso, ele reaparece quando vê o atirador na televisão. Seu intuito é acabar de vez com o atirador. No entanto, Helen desconfia que seu cliente não seja o verdadeiro assassino por trás das novas quatro mortes aleatórias e, ao lado de Reacher, começa a investigar.

É claro que a história tem reviravoltas, muitas cenas impressionantes de ação e efeitos especiais, como toda boa produção de ação tipicamente hollywoodiana e que leva o nome de Cruise no elenco. Mas, ao contrário dos outros arquétipos de action heroes, não há por trás de Reacher nenhuma agência de inteligência, governo ou organização. Ele é um lobo solitário que age de acordo com sua consciência e julga seus opositores dentro do próprio senso de justiça.

Reacher é quase um anti-herói. Só não recebe o título porque sua persona não é politicamente incorreta, mas politicamente incerta. Há dúvidas sobre suas motivações. Ele próprio não tem caráter ilibado. Seu passado é misterioso e seu caminho cheio de vinganças. Ele não tem apetrechos tecnológicos que o ajudam em suas missões, não tem muitos amigos influentes para dá-lo assistência e nem é um excelente motorista como Ethan Hunt, da saga “Missão Impossível”. Aliás, ele prefere pegar metrôs e ônibus, deixa o carro apagar, e atola o pneu em uma pedra durante um resgate. No livro, ele é conhecido por ser um péssimo condutor.

Um filme de ação para fugir dos estereótipos, mas entreter com o tradicional glamour hollywoodiano, “Jack Reacher: O Último Tiro” é a alternativa que você procurava para dar emoção para seu dia.


Filme: Jack Reacher: O Último Tiro
Direção: Christopher McQuarrie
Ano: 2012
Gênero: Ação
Nota: 9/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.