Comédia na Netflix é o que você precisa para desligar o cérebro, esquecer os problemas e relaxar Divulgação / Damasco Filmes

Comédia na Netflix é o que você precisa para desligar o cérebro, esquecer os problemas e relaxar

Comédia romântica brasileira de Marcus Baldini, “O Homem Perfeito” foi idealizado por Tati Bernardi, que coescreveu o roteiro com Patricia Corso e Pedro Coutinho. Protagonizado por Luana Piovani, o enredo gira em torno de Diana, uma ghostwriter de 42 anos e bem-sucedida, casada com seu amor de faculdade, o cartunista Rodrigo (Marco Luque). Ambiciosa, controladora e decidida, sua visão de vida e de futuro parece não combinar com a de seu marido, que procrastina o trabalho, não tem dinheiro e nem pretende evoluir profissionalmente.

Durante uma discussão, Rodrigo revela que está saindo com uma bailarina muito mais jovem que Diana e que quer separar. A notícia a pega de surpresa, mas Diana não irá renunciar ao controle da situação tão fácil. Então, ela decide criar um perfil fake de um homem perfeito para seduzir a nova namorada de Rodrigo e sabotar o relacionamento deles.

Enquanto isso, o editor (Eduardo Sterblitch) de Diana a incumbe de um novo projeto. Ela deve escrever a autobiografia de Caíque (Sergio Guizé), um roqueiro rebelde e mau caráter, que está passando por uma crise de imagem. Ela deve criar uma história convincente que mude a forma como o público e a mídia o vê.

Embora Diana e Caíque não deem certo no primeiro encontro, e nem no segundo, a relação entre eles evolui. Aos poucos eles se tornam amigos, parceiros sexuais e depois, algo mais profundo começa a se desenvolver, mas não sem muita confusão e humor.

Já Mel (Juliana Paiva), a namorada bailarina de Rodrigo, começa a se interessar por Carlos, o homem perfeito virtual, criado por Diana. Enquanto trocam conversas on-line, ela passa a enxergar os defeitos de Rodrigo, que embora mais velho, parece imaturo e desinteressado pelas coisas que são importantes para ela. Enquanto as relações se desenrolam, os véus vão caindo e as verdadeiras faces vão se revelando.

Baldini e seus roteiristas adaptam essa comédia de relacionamentos para a atualidade, brincando com o uso de redes sociais e explorando estereótipos. O roteiro é bastante genérico e previsível, mas é o que o torna um lugar seguro e confortável para quem está em busca de um entretenimento, um filme para clarear a mente em um final de semana.

Sterblitch, um dos maiores talentos da comédia brasileira, poderia ter sido mais bem aproveitado, com cenas maiores e mais desenvolvidas, mas nenhum personagem é tão bem explorado assim, com exceção do único que não existe, Carlos, o namorado virtual da Mel criado por Diana. Os demais personagens são meramente adesivos: copiados e colados de perfis de redes sociais. É possível que você conheça pessoas que se pareçam exatamente como Diana, Rodrigo, Mel e Caíque em suas páginas on-line. O filme não se preocupa em mostrar com profundidade quem são os seres-humanos por baixo da casca. Mas, tudo bem. Afinal, não estamos falando de um cinema de arte, mas de um cinema de diversão.

“O Homem Perfeito” ainda carece de algumas habilidades de roteiro, fotografia (especialmente na iluminação) e efeitos sonoros para se parecer menos com novela e mais com filme. É uma comédia que não vai te fazer chorar de rir. Não é tão engraçado ou original assim, mas com certeza fará você soltar uns sorrisinhos de canto de boca e trará alguma leveza para seu dia.


Filme: O Homem Perfeito
Direção: Marcus Baldini
Ano: 2018
Gênero: Comédia / Romance
Nota: 6/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.