Filme escondido na Netflix vai deixar você sem piscar e se contorcendo no sofá Divulgação / Netflix

Filme escondido na Netflix vai deixar você sem piscar e se contorcendo no sofá

Uma mistura de ficção-científica, drama e thriller investigativo, “Sonhos Lúcidos” é claramente inspirado por “A Origem”, de Christopher Nolan. Embora o diretor sul-coreano Joon-Sung Kim tenha admitido publicamente sua influência, não era necessário, porque as referências são óbvias. No enredo, Choi Dae-Ho (Go Soo) é um repórter investigativo que tem o filho, o pequeno Choi Min-woo (Kang-Hoon Kim), sequestrado em um parque de diversões. O crime parece ter sido orquestrado minuciosamente. Afinal, Dae-Ho foi atingido por um dardo sonífero enquanto observava o filho girar no carrossel. Os raptores pareceram bastante específicos ao levar Min-woo.

Três anos depois e nada do crime ser solucionado. Dae-Ho investigou políticos corruptos nos quais expôs e que poderiam estar em busca de vingança, colecionou notícias de jornais, fotografias e anotações sobre o dia do desaparecimento e tem um mapa completo de pistas do que teria ocorrido colado por toda sua parede. Mesmo assim, nada daquilo parece levar a lugar algum. Mesmo com toda cobrança em cima do detetive à frente do caso, Bang-seop (Seol Kyung-gu), não há um rosto sequer por trás do sumiço da criança. À beira da loucura, Dae-Ho pesquisa alternativas que possam ajudá-lo a encontrar o filho.

Ele descobre So-hyun (Kang Hye-jeong), uma cientista que dirige um método experimental de sonhos lúcidos, na internet. Ela consegue fazer as pessoas entrar dentro de uma lembrança, por meio de sonhos, e vasculhar por pistas. Mas há alguns problemas, caso se manipule acontecimentos dentro do sonho, pode provocar consequências reais e fatais. Também é possível ter sonhos conjuntos ou infiltrar os sonhos de outras pessoas, assim como em “A Origem”.

Então, Dae-Ho convence So-hyun a realizar o experimento com ele. Por meio de um sonho, ele retorna para o parque de diversões no dia do sequestro e consegue encontrar imagens sugestivas que os leva até os criminosos. Um invasor de sonhos (Park Yu-chun), em terno preto, confunde e atrapalha a resolução. Conforme os desdobramentos ocorrem, Dae-Ho descobre as motivações e a história tem reviravoltas emocionantes.

Mas Dae-Ho não apenas assiste ao que aconteceu, mas consegue transformar alguns acontecimentos dentro do sonho. Há uma certa previsibilidade no enredo, mas Joon-Sung Kim, que também foi roteirista, conseguiu reaproveitar os mesmos dispositivos dramáticos de Nolan para criar uma história nova, interessante e divertida. Vale a pena ressaltar que este é o primeiro e, até agora, o único filme de Kim.

“Sonhos Lúcidos” estava programado para estrear no cinema em outubro de 2016, mas teve seu lançamento atrasado, após Park Yu-chun, que interpreta o invasor de sonhos, ser acusado de agressão sexual por quatro mulheres. O ator, que também é cantor de K-pop, foi inocentado dessas acusações, mas ainda é investigado por prostituição e fraude, além de ter sido preso por uso de drogas ilícitas. Apesar da polêmica envolvendo o artista, o diretor optou por não cortar suas cenas e ainda afirmou que o atraso no lançamento não teve relação com Park, mas com o fato de a produção ter muitos efeitos especiais, que não teriam ficado prontos a tempo do lançamento programado. O problema é que, à época, membros da equipe do filme já haviam dado declarações sobre o adiamento ter, sim, a ver com Park.


Filme: Sonhos Lúcidos
Direção: Joon-Sung Kim
Ano: 2017
Gênero: Ficção-Científica/Policial
Nota: 7/10