Romance de Nicholas Sparks na Netflix vai derreter o coração dos sonhadores apaixonados Scott Garfield / Sony Pictures

Romance de Nicholas Sparks na Netflix vai derreter o coração dos sonhadores apaixonados

Nicholas Sparks é o rei dos best-sellers. Dos 23 livros que escreveu, 15 ficaram no topo de vendas do “New York Times“ e 11 foram adaptados para os cinemas. “Querido John” é seu décimo quarto livro escrito e foi lançado em 2007, se tornando, em 2010, sua terceira história a virar filme. Com o roteiro adaptado por Jamie Linden e direção de Lasse Hallström, o longa-metragem tem Channing Tatum e Amanda Seyfried nos papeis de John e Savannah, dois jovens que se apaixonam durante o verão de 2001 e vivem duas intensas semanas de amor, antes dela retornar para a universidade e ele para sua função no Exército dos Estados Unidos.

Apesar da distância física, John e Savannah mantém o contato por meio de cartas e esperam ansiosamente o dia em que eles estarão juntos novamente. Só que a vida acontece. O 11 de setembro também. E John, que terminaria seu trabalho para o governo em apenas um ano, se vê preso em um ciclo interminável de dever e patriotismo. Enquanto isso, Savannah é obrigada a escolher entre esperar por ele por tempo indeterminado ou seguir sua vida.

Entre os amigos mais queridos de John e Savannah está Tim (Henry Thomas), um homem abandonado pela esposa com um filho autista. Com a distância de John, Tim e Savannah acabam se aproximando e se casam, dando, aparentemente, um fim permanente aquele romance de verão. Quando John finalmente reaparece na porta de Savannah, ela já é esposa de outro homem. Aliás, de um homem que ele conhecia e confiava. Mesmo Tim em tratamento contra um câncer severo, John não deixa de demonstrar sua mágoa por ela tê-lo o deixado para se casar com outro.

O melodrama segue entre as idas e vindas do casal fadado a travar uma luta homérica contra o destino para poder ficar juntos. A maior parte do filme acompanha Savannah e John não compartilhando beijos e carícias, mas separados. Cada um em suas vidas, mas ainda  trocando cartas. O que nos guia pela história são eles próprios lendo o que escrevem um para o outro.

Com uma fotografia de tons dourados, que remetem a um verão eterno, “Querido John” é filme melancólico, com uma pegada de lembrança e nostalgia e que dá aquela sensação de que o futuro nunca será tão bom quanto o passado. Os amores de verão vêm e vão, mas o que houve entre Savannah e John deixou marcas permanentes dentro deles o bastante para fazê-los gastar uma década de suas vidas correndo atrás de fantasmas, atrás de um relacionamento que nunca existiu. O que existe é a guerra que controla o destino de John e, consequentemente, o de Savannah. Em alguns momentos, o dever cede para que eles possam se reencontram e alimentar novamente a obsessão que têm um pelo outro, mas não o bastante para serem felizes juntos.

Assim como as missões de John nunca ficam claras, e seus romances com outras mulheres nunca são mostrados (apenas falados), também nunca sabemos direito o que é que Savannah faz, como foi convencida a se casar com Tim ou se realizou algum de seus sonhos, já que costumava ser tão idealista. O filme deixa um grande vazio, enquanto nos mostra cenas óbvias e sem significado. Mesmo assim, a doce e dolorosa espera para que enfim o casal se reúna é o suficiente para alimentar os corações sonhadores.

“Querido John” é que chamamos de “comfort movies” ou “feel-good movie”, porque nos dá aquilo que queremos de uma maneira muito óbvia. O roteiro não precisa gastar tempo e recurso com engenharias complicadas, efeitos especiais ou tramas intricadas demais. A receita para o sucesso é seguida à risca de um jeito simples, não podemos esperar muito mais além disso. Mesmo assim, o filme é uma bela e fofa distração para seu dia.


Filme: Querido John
Direção: Lasse Hallström
Ano: 2010
Gênero: Drama / Romance
Nota: 6 /10