Os 10 livros mais vendidos do mundo em 2025 até agora, com tradução no Brasil

Os 10 livros mais vendidos do mundo em 2025 até agora, com tradução no Brasil

A Revista Bula cruzou painéis e listas de desempenho reconhecidos internacionalmente, combinando o New York Times, o Amazon Charts, os relatórios do Circana BookScan (sell-out do varejo norte-americano), o Publishers Weekly, além de termômetros de consumo como Apple Books e Barnes & Noble. Para o recorte brasileiro, só entraram obras que, além de recorrentes nesses medidores, já têm edição traduzida e publicada no Brasil. O objetivo foi mostrar o que efetivamente move o balcão de vendas em 2025, sem confundir pico pontual com permanência.

O resultado é um retrato do presente comercial da ficção. A seleção reúne best-sellers de alta rotação, impulsionados por marketing global, franquias literárias, adaptações e forte presença em plataformas digitais de leitura e áudio. Estão confirmados no Brasil “O Segredo Final”, de Dan Brown, “Amanhecer na Colheita”, de Suzanne Collins, “Tempestade de Ônix” e “Quarta Asa”, de Rebecca Yarros, “A Empregada”, de Freida McFadden, “Divórcio Perfeito”, de Jeneva Rose, “Atmosfera: Uma História de Amor”, de Taylor Jenkins Reid, “Círculo dos Dias”, de Ken Follett, “Katábasis”, de R. F. Kuang, e “James”, de Percival Everett. Universos distintos, um traço comum: capacidade de ocupar vitrines e feeds com constância e velocidade.

Aqui interessa separar plano estético de plano mercadológico. O que escala nos gráficos não coincide necessariamente com o que renova linguagem e forma. Predominam séries de suspense, fantasia militarizada, romances já moldados para adaptação e thrillers jurídicos, produtos calibrados para reconhecimento imediato. “James”, de Percival Everett, foge desse arranjo ao tensionar a tradição a partir de um ponto de vista historicamente subalternizado; é exceção em um conjunto guiado por previsibilidade de consumo e gestão de catálogo voltada a retorno seguro.

O método adotado evita o erro de tomar um ranking isolado como régua universal. A convergência entre New York Times, Amazon Charts, Circana BookScan, Publishers Weekly, Apple Books e Barnes & Noble indica recorrência e permanência, não apenas picos ocasionais. O filtro brasileiro retira do quadro títulos sem edição nacional, tornando o levantamento útil para quem lê e compra no país. O que se vê é comportamento de mercado, mapeamento de força promocional e um guia objetivo para pautas, compras e curadorias. Quem procura risco estético deve mirar outros circuitos críticos; aqui, registra-se o movimento do comércio do livro em 2025 com critérios comparáveis e verificáveis.

Carlos Willian Leite

Jornalista especializado em jornalismo cultural e enojornalismo, com foco na análise técnica de vinhos e na cobertura do mercado editorial e audiovisual, especialmente plataformas de streaming. É sócio da Eureka Comunicação, agência de gestão de crises e planejamento estratégico em redes sociais, e fundador da Bula Livros, dedicada à publicação de obras literárias contemporâneas e clássicas.