A Netflix opera com catálogo rotativo; por isso, listas precisam ser atualizadas regularmente. Esta seleção reúne sete longas disponíveis no momento da publicação, escolhidos por critérios verificáveis: histórico em grandes premiações (Oscar, Globo de Ouro, BAFTA), aprovação consistente da crítica especializada e relevância recente junto ao público. A curadoria prioriza filmes com reconhecimento documentado — vencedores ou indicados em categorias principais — e obras cuja recepção crítica permaneceu alta após o lançamento.
O recorte contempla diferentes escalas e propostas. Estão aqui um drama de investigação jornalística premiado com Melhor Filme (Spotlight: Segredos Revelados), um retrato de luto e responsabilidade que rendeu dois Oscars (Manchester à Beira-Mar), dois épicos recentes de grande repercussão (Oppenheimer e Duna: Parte 2), uma continuação aguardada de saga histórica (Gladiador 2), um drama autoral lançado recentemente no streaming (O Quarto ao Lado), e um conto de vingança de ambientação nórdica (O Homem do Norte).
O objetivo é oferecer um atalho claro para quem busca opções sólidas sem navegar por páginas e rankings internos da plataforma. Eis a lista final da Bula para hoje: sete títulos com lastro em prêmios e alta aprovação crítica, prontos para entrar na sua fila.
Divulgação / Legendary PicturesUm jovem herdeiro de casa nobre, marcado por visões e pela perda da família, encontra refúgio entre o povo do deserto. Ali aprende a sobreviver em um ambiente hostil, a domar criaturas gigantescas e a compreender os rituais que transformam escassez em espiritualidade. Ao mesmo tempo, sua imagem cresce como símbolo messiânico, dividida entre fé popular e manipulação política. As tensões aumentam quando os colonizadores imperiais percebem que a luta pelo recurso mais valioso do universo — a especiaria — não é apenas econômica, mas também espiritual. Ao lado de uma guerreira cuja lealdade é tanto amor quanto estratégia, ele precisa decidir se será líder de libertação ou instrumento de destruição. Entre batalhas colossais, intrigas palacianas e visões proféticas, a narrativa mostra como destino e poder podem se confundir até o ponto de corroer a identidade. No fim, o deserto revela-se não apenas cenário, mas também juiz.
Aidan Monaghan / Paramount PicturesDécadas após a morte de um guerreiro que desafiou o império, um jovem herdeiro carrega cicatrizes de infância marcadas pelo Coliseu. Forçado a entrar novamente na arena, descobre que a sobrevivência exige mais que habilidade com a espada: é preciso compreender a política traiçoeira de Roma, onde generais disputam poder e senadores conspiram em silêncio. No calor da areia ensanguentada, surgem alianças improváveis, enquanto o eco do passado ressoa como inspiração e advertência. Entre rituais de treinamento, intrigas palacianas e confrontos brutais, a narrativa mostra que a arena é apenas reflexo de um império em decadência, sustentado por espetáculos de violência. No centro da trama, o protagonista precisa decidir se será apenas mais um peão de jogos imperiais ou alguém capaz de redefinir sua própria história. O legado do herói que o antecedeu paira sobre cada gesto, lembrando que coragem pode nascer até mesmo da dor.
Divulgação / Crea SGRDuas mulheres maduras se reencontram em circunstâncias inesperadas, dividindo memórias que atravessam décadas. Uma, escritora em crise criativa, busca palavras para lidar com silêncios antigos; a outra, fotógrafa, transformou experiências pessoais em imagens que congelam o tempo. O espaço entre elas não é apenas físico, mas simbólico: corredores, portas e cartas esquecidas revelam segredos guardados e desejos não resolvidos. O tom íntimo é marcado por diálogos que misturam humor, dor e cumplicidade, enquanto o passado retorna em flashes de amor e arrependimento. As cores intensas e a atmosfera teatral ressaltam a tensão entre proximidade e distância, lembrando que toda relação é feita de fronteiras móveis. No fundo, trata-se de um ensaio sobre reconciliação com a própria história, sobre como lidar com a passagem do tempo e aceitar que nem toda ferida pode ser curada, mas algumas podem ser revisitadas com ternura.
Divulgação / Universal PicturesUm cientista brilhante, especialista em física teórica, é convocado para liderar um projeto militar que mudará para sempre a história. O trabalho consiste em reunir mentes excepcionais para criar a arma mais devastadora já concebida, em meio à corrida contra inimigos que parecem estar sempre à frente. Entre fórmulas quânticas e pressões políticas, o protagonista equilibra paixões pessoais, conflitos éticos e rivalidades acadêmicas. O deserto, convertido em laboratório e lar, torna-se palco de experimentos que unem beleza científica e ameaça apocalíptica. Ao mesmo tempo, as audiências e comissões do pós-guerra revelam como a glória pode se converter rapidamente em suspeita. A obra explora dilemas profundos: até que ponto a ciência deve servir ao poder? Qual o preço da descoberta quando o resultado é a possibilidade de aniquilação em massa? No fim, resta a consciência de que criar luz também significa conviver com sombras.
Divulgação / Focus FeatureUm príncipe escandinavo, ainda criança, vê o pai ser assassinado e jura vingar o crime. Criado longe de sua terra natal, transforma-se em guerreiro implacável, moldado por batalhas e rituais ancestrais. A jornada de retorno é marcada por feitiçaria, profecias e encontros com figuras sobrenaturais que testam sua determinação. Ao lado de uma aliada astuta, ele confronta a possibilidade de que o destino seja inevitável, mesmo quando escolhas parecem estar em suas mãos. Em cenários de fiordes gelados, erupções vulcânicas e aldeias hostis, a narrativa expõe um mundo em que honra, violência e espiritualidade se entrelaçam de forma indissociável. Cada combate é tanto físico quanto simbólico, revelando como a sede de vingança pode consumir identidades inteiras. No clímax, fogo e sangue se unem em confronto ritual, deixando claro que alguns juramentos feitos na infância só se resolvem diante da morte.
Divulgação / Sony Pictures ReleasingUm homem solitário retorna à cidade natal após a morte do irmão e descobre que se tornou tutor do sobrinho adolescente. O reencontro com as ruas geladas, os portos de pesca e os rostos familiares é atravessado por lembranças dolorosas que ele tenta esquecer a todo custo. A relação com o sobrinho oscila entre afeto e conflito, revelando que o luto nunca é linear. Ao longo da narrativa, surgem fragmentos do passado que explicam sua apatia, expondo uma tragédia pessoal que o deixou emocionalmente paralisado. O enredo se constrói em silêncios, olhares e diálogos secos, em contraste com explosões de dor que revelam feridas profundas. Não há redenção fácil nem milagres de reconciliação, apenas a constatação de que algumas dores não desaparecem. O mar, constante e indiferente, torna-se metáfora da vida: sempre em movimento, mas sem prometer consolo.
Seacia Pavao / Open Road FilmsUm grupo de jornalistas de investigação decide seguir uma denúncia aparentemente isolada e descobre uma rede de abusos sistematicamente encoberta. O trabalho exige meses de entrevistas, cruzamento de dados e resistência a pressões externas. Ao aprofundarem a apuração, percebem que não se trata de casos individuais, mas de uma estrutura inteira voltada a proteger instituições poderosas enquanto vítimas permanecem invisíveis. O processo coloca à prova não apenas a paciência da equipe, mas também suas próprias crenças e a relação com a comunidade. Cada documento encontrado, cada testemunho registrado, reforça a sensação de que a verdade não será aceita facilmente. Quando finalmente publicam a reportagem, revelam não só crimes horrendos, mas também o silêncio cúmplice de uma cidade que preferiu não enxergar. A narrativa é um tributo ao jornalismo sério, lembrando que o poder de uma imprensa livre está em dar voz a quem nunca foi ouvido.


