A solidão é um sentimento universal, mas também difícil de retratar no cinema. A Revista Bula fez uma busca no Prime Video por obras que exploram o isolamento físico e mergulham nas camadas psicológicas e emocionais que acompanham personagens que parecem desconectados desse mundo. Os títulos selecionados mostram como a solidão pode ser melancólica, poética ou, até mesmo, perturbadora. Questões de identidade, relações humanas e isolamento são abordados. Se em algumas histórias o vazio é silencioso e contemplativo, em outras, é um abismo que corrói lentamente. A experiência que vem com esses filmes é de imersão profunda nas fragilidades da condição humana.
A solidão não é apenas uma ausência de companhia, mas uma força narrativa central nessas tramas. Personagens que lidam com traumas, arrependimentos, dilemas éticos, o peso da própria consciência, muitas vezes, sem alívio e sem explicação. Escolhas de direção, fotografia e ritmo criam atmosferas densas, que exigem atenção e sensibilidade, pois cada olhar, cada silêncio e cada gesto transmite significados que ultrapassam o diálogo e revelam labirintos internos dos protagonistas.

Nos últimos dias de sua vida, a renomada soprano Maria Callas se retira para Paris, onde reflete sobre sua carreira e vida pessoal. Ela enfrenta desafios relacionados à sua saúde e à perda de sua voz, enquanto lida com o isolamento e a saudade de sua antiga vida de palco. O filme explora os dilemas internos de Callas, incluindo suas relações pessoais e profissionais, e sua busca por significado e redenção. A narrativa é apresentada de forma poética, destacando a complexidade emocional da artista e sua luta para encontrar paz consigo mesma. A atuação de Angelina Jolie traz profundidade à personagem, capturando a essência da diva operática em seus momentos mais vulneráveis.

Hirayama é um homem de meia-idade que trabalha como zelador de banheiros públicos em Tóquio. Ele leva uma vida simples e estruturada, dedicando seu tempo livre à música, literatura e fotografia de árvores. Apesar de sua rotina solitária, Hirayama encontra beleza e significado nas pequenas coisas do dia a dia. Sua vida começa a mudar quando ele se envolve em encontros inesperados que o forçam a confrontar seu passado e a reavaliar suas escolhas de vida. O filme aborda temas como solidão, busca de sentido e a importância de se conectar com os outros, mesmo nas circunstâncias mais improváveis.

Eva Katchadourian tenta reconstruir sua vida após uma tragédia envolvendo seu filho, Kevin. Ela mora sozinha em uma casa que foi vandalizada e enfrenta hostilidade da comunidade. Através de flashbacks, a história revela o crescimento de Kevin, desde a infância até a adolescência, mostrando sinais de comportamento perturbador e a crescente tensão entre mãe e filho. Eva luta com sentimentos de culpa e questiona suas próprias falhas como mãe, enquanto tenta entender os motivos por trás das ações de Kevin. O filme aborda temas de maternidade, culpa e os desafios de lidar com um filho problemático.

Lars Lindstrom é um homem introvertido que vive na garagem do irmão mais velho, Gus, e da cunhada, Karin. Sua vida social é limitada, e ele evita interações com os outros. Quando Lars apresenta Bianca, uma boneca inflável realista, como sua namorada, a família e a comunidade ficam inicialmente perplexos. No entanto, eles decidem apoiar Lars, tratando Bianca como uma pessoa real. Com o tempo, Lars começa a enfrentar seus medos e traumas passados, desenvolvendo relacionamentos mais saudáveis e aprendendo a se conectar com os outros de maneira genuína. O filme explora temas de aceitação, amor e a importância do apoio comunitário na superação de dificuldades emocionais.