Comédias românticas costumam ser subestimadas, mas elas resistem ao tempo porque lidam com experiências universais: o desejo de amar, a necessidade de ser aceito e a busca por leveza nos cenários mais improváveis. Muitos críticos tentam desvalorizar essas histórias, desmerecer o gênero como um cinema inferior, mas quando bem construídos, esses enredos marcam gerações, atravessam décadas e não perdem a capacidade de arrancar sorrisos e tocar corações.
Combinar humor inteligente com emoção genuína permite com que alguns desses filmes se mantenham frescos. Produções descartáveis não possuem, como essa seleção da Revista Bula, charme, timing cômico e bons diálogos. Nessa lista, escolhemos títulos no Prime Video que mostram que, mesmo em situações absurdas e exageradas, podemos nos enxergar nesses personagens.
Aqui separamos cinco comédias românticas que conquistaram gerações e conseguiram unir riso e complexidade com muita leveza.

Um homem recém-saído de uma clínica psiquiátrica tenta reconstruir a vida após a separação e a perda do emprego. Obcecado pela ideia de reconquistar a ex-esposa, ele conhece uma jovem viúva igualmente marcada por traumas, que lhe propõe uma parceria inusitada: treinar juntos para uma competição de dança. No início, a relação é marcada por desconfiança e choques de personalidade, mas aos poucos ambos percebem que compartilham a mesma busca por equilíbrio. Entre passos desajeitados e diálogos intensos, surge um vínculo que os ajuda a ressignificar a dor, encontrando no afeto e na cumplicidade um caminho para recomeçar.

Uma executiva implacável é enviada para uma pequena cidade no Canadá a fim de reorganizar uma fábrica que ameaça fechar as portas. Acostumada ao luxo e à frieza do ambiente corporativo, ela se vê obrigada a lidar com moradores calorosos e funcionários resistentes às mudanças. Entre mal-entendidos e situações cômicas, a convivência a transforma, mostrando que nem tudo pode ser controlado por planilhas. Em meio às diferenças culturais e à inesperada aproximação com um colega local, ela descobre uma vida que vai além do sucesso profissional. O humor nasce do choque de mundos, mas a essência é uma reflexão sobre humanidade e pertencimento.

Uma mulher determinada decide tomar as rédeas de seu destino amoroso e viaja à Irlanda para pedir o namorado em casamento no dia 29 de fevereiro, seguindo uma tradição local que permite às mulheres inverterem os papéis. No entanto, nada sai como planejado. Um imprevisto a obriga a cruzar o país acompanhada de um homem rude e cético, que passa a ser sua única chance de chegar ao destino. Entre brigas, imprevistos cômicos e trocas de farpas, nasce uma cumplicidade inesperada. O percurso transforma-se em metáfora para os riscos do amor: quanto mais imprevisível o caminho, mais revelador se torna.

Uma agente do FBI, durona e avessa a estereótipos femininos, é enviada disfarçada para participar de um concurso de beleza após a ameaça de um ataque terrorista. A missão exige que ela se infiltre entre as concorrentes e adote hábitos e gestos que a deixam desconfortável. À medida que aprende a lidar com maquiagem, vestidos e treinos de passarela, descobre que existe espaço para força e vulnerabilidade coexistirem. O humor surge das situações absurdas em que se envolve, mas o que se desenha é uma jornada sobre autoaceitação, mostrando que a feminilidade não exclui coragem, nem a coragem exclui delicadeza.

Dois jovens se conhecem em uma viagem de carro para Nova York e iniciam uma relação marcada por encontros e desencontros ao longo dos anos. Sempre debatendo se amizade entre homem e mulher é realmente possível, os dois se tornam confidentes, dividem crises amorosas, escolhas equivocadas e momentos de pura ternura. A comédia se constrói a partir do contraste entre suas personalidades e do timing perfeito das conversas, que os aproximam e afastam em igual medida. A passagem do tempo mostra que, apesar das mudanças de vida, algumas conexões são inevitáveis — e que o amor pode nascer da amizade mais improvável.