Esses 6 livros brasileiros são tão chatos que deveriam substituir multa de trânsito

Esses 6 livros brasileiros são tão chatos que deveriam substituir multa de trânsito

Existem livros que arrebatam corações, despertam paixões e viram febre nas redes sociais. E existem outros que, com todo respeito, deveriam ser distribuídos em blitz da Lei Seca como punição educativa. Imagine o guarda rodoviário parando o infrator e, em vez de aplicar pontos na carteira, dizendo: “Infelizmente, senhor, o senhor vai precisar ler isso aqui”. É o tipo de correção que não só desestimula a reincidência como ainda contribui para o índice nacional de leitura, ou pelo menos para o de frustração literária. Afinal, nada como um romance existencial com 47 personagens introspectivos para nos fazer repensar nossas decisões, inclusive a de não respeitar a faixa de pedestres.

Essas obras, muitas vezes, não são exatamente ruins, longe disso. Algumas ganharam prêmios, outras encantaram críticos e todas elas foram publicadas com seriedade e esmero. Mas, para o leitor comum (ou mesmo o leitor incomum que apenas quer atravessar uma história com vida e lucidez), a experiência pode ser mais lenta que fila de Detran em véspera de feriado. São livros que exigem uma dose extra de paciência, vocabulário, resistência emocional e, em certos casos, uma xícara bem forte de café para cada capítulo. Às vezes, a trama engata na página 70. Às vezes, não engata nunca. E tudo bem: todo livro tem seu público, mesmo que ele esteja preso num seminário de pós-graduação sobre intertextualidade hermética.

Nesta lista, reunimos seis obras brasileiras que poderiam tranquilamente ser usadas como medida alternativa à detenção. Esqueça multas, esqueça advertências verbais: aqui o castigo é psicológico, lento, silencioso, repleto de fluxos de consciência e realismos brutais. Reforçamos: isso não é um ataque à literatura nacional, pelo contrário. É um elogio ao poder transformador da leitura, inclusive quando ela nos transforma em seres um pouco mais humildes, mais lentos e consideravelmente mais sonolentos. Porque, no fim das contas, cada página virada é um passo rumo à redenção, mesmo que esse passo venha com um bocejo.