7 livros que todo mundo tem, mas ninguém termina

7 livros que todo mundo tem, mas ninguém termina

Lá está ele: imponente, grosso, com orelhas de respeito e miolo que poderia acolchoar um sofá inteiro. Você o comprou movido por uma promessa de transformação interior, status intelectual e, claro, pela lombada elegante. Mas, à medida que as páginas avançam. Ou melhor, não avançam,  ele vai se tornando parte da decoração. Talvez sirva de apoio para o notebook, talvez esteja sustentando um vaso. Uma coisa é certa: ler mesmo, ninguém leu. Ou leu até a página 74, onde todos os personagens ainda estão sendo apresentados e nada aconteceu além de uma guerra que ainda nem começou. Respire fundo. É hora de admitir: esse livro é só um enfeite de estimação.

A culpa não é (só) sua. Alguns desses calhamaços foram escritos com uma confiança desmedida de que o leitor teria tempo, paciência e vocabulário do século 19. Outros foram pensados como quebra-cabeças metafísicos de doze mil peças, espalhadas por mais de mil páginas e sete linhas do tempo. E, claro, há os que começam muito bem, mas se dissolvem em digressões filosóficas sobre a natureza do tempo, do espaço, da alma, dos queijos suíços. O autor some por duzentas páginas e volta como se nada tivesse acontecido. É como namorar alguém que desaparece sem avisar e retorna com uma carta de 400 páginas escrita em latim.

Mas tudo bem. Você não está só. Existe uma legião de leitores que comprou, tentou, desistiu e hoje finge que já leu tudo só para não dar o braço a torcer. Nesta lista, reunimos sete livros que todo mundo tem, mas quase ninguém termina. São obras-primas, sim,  mas da lentidão. Clássicos inegáveis, porém exigentes como um vestibular para entrar no Olimpo literário. E mesmo assim, vale a pena conhecê-los (ou ao menos saber o que você não está lendo). Porque, no fim das contas, não é preciso chegar à última página para respeitar a grandiosidade de uma obra. Mas é bom saber por que ela está parada na sua estante desde 2016.