5 filmes que tratam o público como gente inteligente

5 filmes que tratam o público como gente inteligente

Ser um verdadeiro apreciador da Sétima Arte traz consigo não apenas encantamentos, mas também desconfortos inevitáveis. Um dos mais frustrantes é reconhecer, quase sempre à contragosto, quando um filme foi feito com o cuidado que a arte exige. E aqui não me refiro apenas à cenografia minuciosa ou ao figurino bem pensado, mas também a uma edição que respeite o ritmo das cenas, a um roteiro que não abra concessões fáceis nem trate o espectador como incapaz de interpretar nuances, e a atuações comprometidas com a verdade da história. Tudo precisa ser construído com o grau de zelo necessário para tornar a experiência cinematográfica confiável.

Você pode pensar: “Mas isso é o mínimo que se espera de uma produção”, a dura realidade é outra. Esse “mínimo” raramente é cumprido. Nos catálogos dos streamings se acumulam histórias vazias, efeitos constrangedores, atuações sem alma e uma produção que não se importa com o que entrega, desde que o retorno financeiro compense. O cinema, infelizmente, nem sempre é arte. Frequentemente, é apenas um produto moldado por uma engrenagem capitalista que parece empenhada em nivelar o público por baixo.

Por isso, é preciso selecionar com atenção e aprender a distinguir arte, entretenimento e puro consumo. É essencial valorizar aquilo que não subestima sua importância nem banaliza a inteligência de quem assiste. O filme feito com paixão verdadeira e respeito pelo espectador é raro e precioso. Em geral, são justamente os orçamentos mais modestos que abrigam as maiores verdades, contadas por cineastas que ainda acreditam que emocionar, provocar e comover vale mais do que qualquer bilheteria milionária.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.